Vem aí o segundo turno, por Luiz Paulo

Vem aí o segundo turno, por Luiz Paulo

 

 

Sr. presidente, deputado Eliomar Coelho, srs. deputados Waldeck Carneiro e Samuel Malafaia, sras. e srs. deputados que nos acompanham de forma remota, senhoras e senhores telespectadores da TV Alerj, senhora intérprete de Libras, que leva a nossa voz aos deficientes auditivos, hoje é quinta-feira, 27 de outubro de 2022, último dia da semana, para que possamos fazer uso da palavra antes que ocorra o pleito, em 2º turno, presidencial, de 30 de outubro, domingo.

 

Quando voltarmos aqui, na semana que vem, evidencia-se que o país terá decidido sobre quem será o presidente da república para o próximo quadriênio, iniciado em 1º de janeiro de 2023. 

 

Falsa denúncia

 

O dia de ontem foi profundamente movimentado, visto que a denúncia que o PL apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral foi rechaçada pelo mesmo Tribunal, através de voto do Ministro relator, Alexandre de Moraes, que demonstrou não haver robustez na denúncia nem tampouco na análise feita pela empresa contratada, e que, inclusive, havia erro, por isso, rejeitou a denúncia. E, ainda mais: determinou que os denunciantes, do PL, especificamente, fossem investigados, na premissa de falsa denúncia, que está sempre engendrada com as famosas fake news.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                               

 

A reunião que nega o 1º turno

 

O presidente da república, que estava no Estado de Minas Gerais e tinha caminho para vir para o Estado do Rio de Janeiro, convocou reunião de diversos ministros, inclusive o da Justiça e alguns ministros militares, em Brasília. Uma reunião urgente, que, em princípio, não se sabia se era de governo ou de partido. No meu entendimento, esta é uma questão política, de partido, e não de governo, mas hoje há uma mistura total nos temas.

 

E, nessa reunião, como noticia a mídia, o presidente tenta demonstrar, aos ministros que ali estavam, que as eleições deveriam ser adiadas, porque ele poderia ter sido prejudicado com essa não transmissão de programas eleitorais no nordeste, que não foi comprovada – foi até, posteriormente, desmentida -, mas queria adiar a eleição.

 

Desde que acompanho eleições no Brasil, pós-golpe, e até uma antes do golpe, aquela em que venceu Jânio Quadros, jamais tinha visto essa hipótese: adiar eleição presidencial, em 2º turno, ou até em 1º, com ela em curso. Mas isso foi tentado. Afirmo o que li na mídia. Mas os ministros que lá estavam não acharam a ideia razoável, que implicaria rotular o presidente candidato como perdedor da eleição e que queria adiar por ter certeza de que perderia. Não embarcaram nessa posição.

 

A ameça de ir ao Supremo

 

O presidente candidato, então, mudou a marcha do carro, saiu da quarta, em alta velocidade, foi para a segunda, e afirmou que iria ao Supremo, possivelmente, depois de terminada a eleição – e, se vai ao Supremo, é porque considera que perderá – para pedir 3º turno; anular essa para ter outra.

 

Eleição deixa de ser a festa da democracia

 

Além disso, vivemos episódios complexos no sábado e no domingo passados. Sábado, com a desqualificação que o Sr. Jefferson fez da Ministra Carmem Lúcia e, no domingo, com a ação da Polícia Federal, que foi recebida a granadas e balas. Estamos a 72 horas das eleições. Portanto, chamo a atenção sobre isso, porque há um clima de intranquilidade. Ouvi ontem de diversas pessoas, e até com razão – dizendo o seguinte: “Vou sair de casa, vou votar e, depois das 17 horas, não sairei mais às ruas, porque temo o que possa acontecer.”

 

Sou de um tempo em que eleição representava festa da democracia. Se é festa, você vai para as ruas comemorar. Quem ganha comemora e quem perde fica quieto. Mas hoje, no dia da festa da democracia, dependendo do resultado, as pessoas têm medo de ir à rua. Medo razoável, por sinal. Se vivemos um clima em que a Polícia Federal, fazendo busca e apreensão e uma prisão, é recebida a granada e a bala, quando os armamentos  quintuplicaram ou mais nos últimos três anos, essa apreensão das pessoas é absolutamente justa.

 

Vem ficando forte a violência eleitoral

 

Devido a tudo isso, chamo atenção, porque são episódios com os quais não estamos acostumados a conviver. Por mais que reconheça que o bolsonarismo é maior do que o Bolsonaro, porque a pauta dos costumes, a pauta da fé, a pauta da família são pautas importantes para a nossa sociedade, jamais me pareceu, com a índole do nosso povo, haver violência. Não é resolver eleições com balas e granadas nem com tiros e pontapés, nem com mortes. Mas isso está, cada vez, ficando mais forte.

 

As instituições

Devido a isso, é necessário trazermos tudo a público e sempre acreditando que as instituições brasileiras são mais fortes que pretensos golpistas, que o povo brasileiro não apoiará guerra civil por causa de eleições presidenciais. As instituições prevalecerão sobre qualquer resultado que venha a ocorrer. 

 

Falemos de vitórias, inclusive eleitorais

 

Eu, particularmente, cheguei ao meu gabinete hoje e disse: “O Flamengo, na terça-feira, venceu o seu adversário, o Santos, por 3 a 2. O Fluminense, ontem, venceu o seu adversário, o Corinthians, por 2 a 0. O Botafogo ontem venceu o seu adversário, o Bragantino, por 2 a 1. Hoje, o Vasco vai jogar em São Januário e, seguramente, vencerá o seu adversário. 

 

O Flamengo, no sábado, disputa a Taça Libertadores das Américas e, seguramente, vencerá o seu adversário. Falta só, no domingo do 2º turno, o meu prognóstico também acontecer. Mas, estou confiante.

 

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