Cumprimento a presidente, deputada Martha Rocha, sras. e srs. deputados presentes em plenário e, também, aqueles que nos assistem de forma remota.
Primeiro, para manter o que tenho dito todos os dias, desde que a Rússia invadiu a Ucrânia: não se justifica sob nenhum pretexto. Verifico que alguns pseudoentendidos, ditos de esquerda, usam o argumento da geopolítica: o imperialismo americano não podia ficar na Ucrânia, porque está na divisa da Rússia.
Líderes não vão para a linha de frente
Três impérios econômicos e bélicos existem no mundo: americano, russo e chinês. Por mais forte que seja o argumento, a violência se verifica contra o povo ucraniano, não contra os líderes mundiais. Esses líderes não vão para a frente da guerra. Dois milhões e meio de refugiados, via Polônia, e a cidade base para sair da Ucrânia para entrar na Polônia está sendo bombardeada; 2,5 milhões de pessoas, com suas vidas profundamente abaladas – a grande maioria de crianças, das mães dessas crianças e dos idosos. E muitos – lideranças importantes do nosso país – ou se calaram por comodidade ou revelam, de forma ainda inibida, os seus posicionamentos com a justificativa geopolítica dessa invasão.
A Rússia não é a URRS; não acreditem em história da carochinha
Garanto que o Putin jamais leu a orelha de um livro de marxismo. Jamais leu. Talvez ele tenha lido e decorado todo o código comportamental da KGB – disso tenho certeza.
Então, achar que a Rússia de hoje é a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas é a mesma coisa que acreditar em história de carochinha. Isso me magoa profundamente: parte da esquerda brasileira abandonar o ideário humanitário. Poderiam, se quisessem, ver a trilogia que ficou na nossa memória, que nasceu da Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade, Fraternidade.
Cadê a fraternidade? A crença desse segmento de esquerda do Putin, na Rússia, na geopolítica, é crença religiosa. Não é racional.
Às vezes, brinco com alguns companheiros que sou marxista místico. Ficam rindo. Mas, esses esquerdistas, com essa posição, são místicos, porque essa é crença religiosa, achar que o Putin é um discípulo de Lênin e que a Rússia atual tem os mesmos parâmetros comportamentais que teve a antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Isso de um lado.
Não há neutralidade em invasão violenta
De outro lado, a direita assume um papel, através do presidente Bolsonaro, horroroso. Talvez pela identidade de governos profundamente autoritários, também acha que o Brasil é neutro, como se pudesse haver neutralidade em uma invasão tão violenta como está existindo.
Já 20 dias de guerra
Quis abrir chamando atenção para essa questão, porque estamos chegando a quase um mês de guerra, passamos já, salvo erro de memória, hoje já deve ser o 20º dia, por aí. Algo terrível. Quis fazer menção a este fato.
Outro tema: eleições
Em segundo lugar, hoje é dia 16 de março. Faltam 15 dias para acabar o mês de março. Em 2 de abril, acaba definitivamente a janela de filiação para os mais diversos partidos políticos.
Forte mudanças de partido
Nessas duas últimas semanas, aqui na Alerj, haverá grande movimentação, porque filiações ocorrerão de grande tamanho, de mudanças de partido. Até porque o Rio de Janeiro será a sede maior dessa disputa presidencial. Respeitando todos os candidatos, evidentemente, porque eleição se decide com voto na urna, e não com pesquisa, aqui é inegável que o candidato Lula terá boa votação, como também o candidato Bolsonaro e, espero eu, o candidato Ciro Gomes, ou, quem sabe, outro candidato de terceira via.
3 campos no RJ nas eleições
O que quero dizer com isso? Que verificamos, por repercussão, três campos distintos no Estado do Rio de Janeiro nas eleições governamentais. Sem falar em nomes, porque não há eleição, há o campo do governo do estado, do qual o governador é o líder desse processo; o campo dito de esquerda, que se associa ao campo trabalhista; e um campo de centro, que, para onde tender, pode vir a decidir essa eleição. É em cima disso que faremos nossas escolhas para definir o voto da população fluminense.
Filiações e eleições
Este mês de março será finalizado com duas questões, uma mais relevante de todas, que bota tudo em uma sequência menor: a guerra vil, oriunda da invasão da Rússia à Ucrânia. E, evidentemente, o segundo tema será o das filiações e eleições. E o parlamento fluminense é sensível a ambas as questões.