por Luiz Paulo
Hoje é o primeiro dia de outubro, mês de prevenção e combate ao câncer de mama, uma das grandes mazelas existentes no nosso país. O câncer pode surgir em qualquer parte do corpo, mas três áreas são as mais sensíveis. Na mulher, é a mama. No homem, é a próstata – que tem também o seu mês de prevenção no novembro azul. Há um outro, ao qual as pessoas não dão tanta atenção, mas é o de maior incidência – o câncer de pele. Principalmente com nosso sol e temperaturas muito altas. Não é tão fatal, mas, quando se trata de melanoma, há que se ter muito cuidado.
Falei sobre um tipo de problema gravíssimo na área da Saúde, porque outro também muito grave é o controle da pressão arterial, mazela que atinge segmentos cada vez maiores da população. Por quê? Vida sedentária, voracidade no comer e a própria qualidade do alimento. O descontrole de pressão pode levar a doenças cardíacas severas ou a doenças de circulação, com o agravante, nas cardíacas, do enfarte do miocárdio ou a possibilidade, pelas deficiências de circulação, de se ter um AVC, acidente vascular cerebral.
Há um terceiro tema, a questão específica do idoso, sujeito ao câncer, ao enfarte, ao AVC, ao câncer de pele, à osteoporose, a ter fratura de ossos. Vejam quantos problemas nós temos nessa área tão sensível que é a da saúde.
Para melhorar a saúde do nosso povo, temos que trabalhar em prevenção, o que se faz com ações preventivas, educativas, exames periódicos e até mesmo com intervenções clínicas e cirúrgicas a tempo e a hora. É exatamente isso que não acontece no Estado do Rio de Janeiro, onde o governador é monotemático, só vê a questão da segurança pública associada à sua imagem efêmera, de quem quer ser candidato à presidência da República.
Qual não foi a minha surpresa no dia de hoje. Há no jornal O Globo de hoje, este 1º dia do mês de outubro, anúncio de página inteira do governo do Estado fazendo ligação do Rock in Rio com um programa para instalar gerador solar no teto das escolas para economia de energia e até mesmo para que essas escolas, talvez cinquenta, possam vender energia para o sistema, para sua autossustentação.
Esse projeto é bom? É evidente que sim, mas o Regime de Recuperação Fiscal só permite publicidade em casos extremos e campanhas profiláticas. No meu entendimento, essa é uma ação de governo, não ação profilática. Faço o registro, porque estamos vivendo uma época em que o rombo das contas públicas é exorbitante. Não temos condição, mesmo que o governo acate as mais de cem recomendações que fizemos na conclusão da CPI da crise fiscal, nem em dez anos, de conseguir o equilíbrio das contas públicas.
Gastar em publicidade governamental é jogar dinheiro fora, mesmo tomando carona no Rock in Rio, que é um sucesso, mas de ente privado, como deve ser.
Faço esse registro, porque outro dia saiu matéria dura e crítica em relação à Assembleia Legislativa, porque estaria gastando em publicidade, o que gerou, inclusive, decisão sobre esse tema da Mesa Diretora. Mas queria ver como é que os conselheiros do Regime de Recuperação Fiscal vão reagir em relação a publicidades que o governo do Estado tem feito, que não têm caráter pedagógico nem caráter preventivo. São simplesmente ações para divulgar suas próprias políticas e se promover eleitoralmente.
Diante do quadro da saúde por mim já destacado, é inaceitável que se gaste os pouquíssimos recursos, que tanta falta fazem para as políticas públicas de que tanto necessitam os fluminenses, em proveito próprio. É também muito cruel.