Os meios de comunicação deram destaque para a implementação de viagens expressas pela SuperVia, um novo serviço de trens que muda a rotina dos usuários.
O conceito deste projeto foi apresentado originalmente pelo deputado Luiz Paulo (Projeto de Lei nº 3009/2010 – faça o download aqui) e foi aprovado pelas comissões de Constituição e Justiça, Transportes, Obras Públicas, Economia, Indústria e Comércio e Orçamento, Finanças, Fiscalização Financeira e Controle, e posteriormente vetado pelo governador (veja as razões do veto aqui).
Nesta semana a SuperVia implantou o projeto, porém, segundo matéria do jornal Extra, “a implantação dos ramais de Japeri e Santa Cruz nas viagens expressas de Deodoro a Central ontem provocou mudança na rotina dos passageiros e dividiu opiniões. Enquanto que os que utilizaram o serviço rápido comemoravam até uma hora ganha no trajeto, os que precisaram fazer baldeação a partir de Deodoro, quando o trem expresso passa a ter só três paradas até a Central, Madureira, Maracanã e Silva Freire, reclamaram dos transtornos.”
O deputado Luiz Paulo discursou na Alerj sobre a implantação deste projeto. Siga abaixo.
“Estou chamando a atenção para esse assunto porque apresentamos à Casa o conceito desse Projeto, que era o trem expresso. De alguma forma ele resgatava o conceito que vigia nas décadas de 60 e de 70 do trem direto e do trem parador. O trem direto parava em pouquíssimas estações. Por exemplo: Central, São Cristóvão, Engenho de Dentro, Campo Grande, Santa Cruz e Matadouro. Ia para Santa Cruz e se estendia até Matadouro. E o parador parava em todas as estações.
Fizemos um projeto do trem expresso, para que houvesse um trem que fosse até Deodoro rapidamente, com uma ou duas paradas, e também os trens com as paradas convencionais. Quem fosse até Deodoro ganharia uma velocidade muito maior. Evidentemente, quem continuasse a fazer o pinga-pinga, teria a velocidade atual de percurso.
Ocorre que este Projeto foi aprovado e vetado por vício de iniciativa. Hoje, a administração dos serviços ferroviários de passageiros, no nosso Estado, vem implantá-lo, mas o fez sem um bom serviço de comunicação e tudo o que é mal comunicado merece sempre muitas críticas, porque para alguns houve ganho de tempo e para outros nem tanto. Então, um Projeto como esse, para dar certo, tem que ter uma comunicação forte e um caráter experimental.
Mas o que eu queria fazer realmente, em referência, é que muitas vezes um conceito, uma ideia, que nasce do Parlamento é taxada de inconstitucional e quando o Executivo implanta, ou a concessionária o faz, não tem nenhuma referência que a ideia original partiu do Poder Legislativo. Então, a minha interferência, em relação a essa questão, se dá exatamente por causa disso, porque era de se esperar que a concessionária, ao implantar esse serviço, fizesse uma comunicação ao Presidente do Parlamento e assim dissesse: “Estamos aproveitando um conceito que esta Casa elaborou e vamos, em caráter experimental, testá-lo”. Mas isso não é feito. Como coubesse só ao Poder Legislativo, as críticas inerentes a qualquer processo, mas jamais algum louro em relação ao sucesso de alguma ideia. Então, o que estou ponderando é exatamente isso, a dissociação dos atos do Executivo, dos atos das concessionárias, em relação ao nosso Parlamento.
Ainda há pouco relatei na Comissão de Constituição e Justiça um Projeto do Deputado André Ceciliano sobre manifestação cultural, que ele inicialmente desejava que fosse dentro dos trens e metrô, mas, refletindo, chegou à conclusão de que seria melhor, para não turvar o direito dos usuários, que fosse nas estações. Então, fizemos Emenda na Comissão de Constituição e Justiça para tal. Com isso, o que queremos mostrar é que nossa intenção é a de sempre melhorar a qualidade do serviço, principalmente na área de mobilidade, e não piorar, porque para piorar já bastam as concessionárias, que são profundamente lentas para incorporar modificações que sejam sensíveis às ofertas de qualidade do serviço.”
Veja aqui a página da SuperVia que traz informações sobre o novo serviço de viagens expressas.