Sra. presidente, deputada Tia Ju, sras. e srs. deputados que nos assistem de forma remota, senhoras e senhores telespectadores da TV Alerj, senhor intérprete da linguagem de libras que leva a nossa voz aos deficientes auditivos, boa tarde!
A tênue esperança da mudança
O estado do Rio de Janeiro, sob o ponto de vista comportamental dos seus dirigentes políticos, realmente vive em crise permanente. Basta lembrar o número de governadores que já foram presos nos mais diversos governos, secretários de estado, escândalos similares de corrupção em prefeituras. Quando achamos que muitos vão acordar para esse drama da corrupção, que afeta profundamente a gestão pública e subtrai recursos do Tesouro para irem para fins indesejáveis, nada muda. Ficamos somente nessa tênue esperança.
As denúncias contra o governador
Trago aqui dois recortes de jornais do dia de ontem, do credenciado jornalista Guilherme Amado, que estampa a seguinte manchete: “Cláudio Castro é citado em nova delação e Justiça envia caso ao STJ”, “Delação detalha a participação de Cláudio Castro em organização criminosa no governo do estado. O conteúdo será analisado pelo STJ”.
Independente da análise do mérito ou de ter sido assunto que antecede o mandato, o fato por si só mostra algo que realmente precisa ser decidido, porque suspeição tem que ser investigada e depois é necessário tomar a decisão de se acatar ou não a denúncia. Falamos aqui do governador do estado do Rio de Janeiro.
A estranheza de milhões de reais em espécie
Hoje, me deparei, na parte da manhã, com outra notícia e a seguinte manchete: “Ministério Público do Rio de Janeiro prende empresário e candidato a deputado que declarou à Justiça Eleitoral ter 5,1 milhões de reais em espécie”. Deve ser uma pilha considerável de dinheiro.
Ao ler a matéria, o primeiro parágrafo diz o seguinte: “Um dos cinco presos da terceira fase da operação Apantropia deflagrada nesta quinta-feira, dia 15, pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, contra desvio de dinheiro em Itatiaia, é candidato a deputado federal, e declarou ao TSE ter R$ 5,1 milhões em espécie. Clébio Lopes Pereira, o Jacaré, foi preso em casa, no Reserva Uno, um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro”.
Em determinado momento, esses agentes que foram autuar e prender o dito Clébio Jacaré também prenderam uma série de pessoas, inclusive vereadores ligados a um esquema de corrupção com esse Jacaré.
E aí é chocante que este pseudo-empresário, porque não vou considerar que seja um empresário, teria querido comprar a gestão da prefeitura de Itatiaia. Nunca tinha visto isso em corrupção e, nos tempos atuais, depois de tudo que aconteceu e tudo que já foi demonstrado.
A difícil missão do eleitor – mistura do joio com o trigo
Isso em plena campanha, a 17 dias das eleições. Imaginem o eleitor que tem que escolher um candidato a deputado federal, candidato a deputado estadual no meio de mais de mil nomes, lendo essas manchetes que retratam a realidade dos fatos. A primeira coisa que se ouvirá na rua, será: “Ah, político é tudo ladrão”. A classe política não pode, não deve se calar sobre esses fatos. Porque são fatos que contaminam a todos, sem exceção. Faz misturar o joio com o trigo.
Desvio de conduta é para ser punido
O corporativismo da classe política não deveria ser para proteger quem pratica desvio de conduta. O corporativismo da classe política deveria ser para afastar do meio político aqueles que se desviam da conduta. Para isso, existe, para os governantes, como o governador, o prefeito, o impeachment e, para parlamentares, o processo de cassação de mandato. Evidentemente, respeitando todo o processo legal.
Como sair do caos
A campanha já é algo bastante difícil, duro, porque o político deve estar também na rua, falando com o eleitor, sobre os dramas, as possíveis soluções que têm as cidades e as pessoas, principalmente nessa fase imensa de miséria e fome. E o eleitor quer saber dos políticos como se sai desse caos. Uma das formas é respeitar os cofres públicos, que não vêm sendo respeitados.
A questão do Ceperj
Matéria do Jornal O Globo, de hoje, que reproduz o relatório do governo do estado sobre a Ceperj, tem um diagnóstico claro do próprio governo, do descontrole, do descompromisso e da impossibilidade de consertar tudo que já deu errado. É inadmissível que uma instituição pudesse ter, sob seu comando, sem nenhum controle, 28 mil pessoas. Diversos programas foram extintos, vão voltar para as suas secretarias de origem, como deveria ter sido. Mostra-se, claramente, que ali está caracterizada a improbidade administrativa. Então, esse é o balanço dos jornais das últimas 24 horas, sob o signo da falta de compromisso com o erário, com a ética, com a honra e a dignidade.
As instituições cumprindo suas funções
Por isso, é necessário que a população e, principalmente, aqueles que estão aqui no parlamento mostrem as suas respectivas indignações com esses fatos que têm acontecido. É necessário que as instituições de controle cumpram o seu dever, como estão cumprindo, de punir os culpados.