Sr. presidente, deputado André Ceciliano, caracterizo o meu mandato pela moderação, pelo equilíbrio e jamais uso o púlpito para fazer acusações vãs. Venho hoje aqui discutir o Projeto de Lei 6029 de 2022, do deputado Alexandre Freitas, que altera a Lei 5645 de 2010, e que trata de incluir no calendário oficial do estado do Rio de Janeiro o dia estadual do colecionador, atirador desportivo e caçador
Política de desarmamento
Ocorre que, todos nós votamos segundo nossas crenças e nossos princípios. Fui um devotado adepto à política de desarmamento. Votei no plebiscito pelo desarmamento. Sou contra o uso de armas, seja por qualquer um do povo. É meu princípio filosófico, porque sou contra a violência e acho que a vida está acima de qualquer outro bem.
Região Amazônica e Região Metropolitana do Rio de Janeiro
Assim posto, vivemos num momento muito difícil, porque, quando fiz uso da palavra, com todo respeito, alguns parlamentares riram. Mas o que acontece na Região Amazônica, não difere do que acontece na Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, visto que nela o narco e as milícias têm controle territorial de, talvez, 50% desse solo. As milícias controlam a gatonet, a venda do bujão de gás, a exploração de unidades residenciais muitas vezes de forma solitária e outras associadas ao próprio narcotráfico.
Pergunto: é diferente do que está acontecendo na Região Amazônica? Não. Lá tem a milícia dos pescadores, dos caçadores, dos madeireiros, dos garimpeiros, e, especialmente nas divisas da Amazônia com o Peru e a Colômbia, também com os narcotraficantes.
Venda desabrida de armamento
Portanto, tudo é muito similar e, atrás disso tudo, existe, hoje, uma forma de deliberar, de renunciar aos controles sobre a venda desabrida de armamento. É claro que pode ter colecionador, ou ser atirador desportivo, ou até mesmo caçador que andem perfeitamente dentro da legalidade, sem dúvida nenhuma.
Não às armas!
Acredito que todos que estejam aqui sejam democratas. E democratas sabem ouvir e respeitar a opinião alheia. Em assim sendo, o que discuto, discordando profundamente do projeto, é exatamente porque por trás dele há uma intenção explícita de dizer sim às armas. Digo, com toda a força e com todo o vigor, não às armas.
Então, democraticamente, da mesma forma como está estendida essa faixa, de 3 metros por 1 de altura, em que está escrito “pró-armas”, por que os manifestantes não podem ouvir que há parlamentares aqui que são contra o uso de armas, a não ser pelas forças de repressão do nosso Estado, que devem e têm o direito de usar armas?
Assumo publicamente minha posição: somos contra o uso de armas. E vamos, sempre que for necessário, nos posicionar, independentemente de vaias ou de aplausos.
Fiz emendas ao projeto, mas, num determinado momento, ele será devidamente votado, como tudo que acontece aqui. A maioria vence. E, quem perde, esperneia.