O deputado Luiz Paulo se pronunciou acerca do péssimo sistema de transporte que assola a Região Metropolitana do RJ, em especial o caos que se instalou ontem (terça-feira) nos trens, com composições queimadas, estações fechadas e a falta de um esclarecimento público do Secretário Estadual de Transportes.
“Ontem, mais uma vez, o sistema de trens não funcionou: trem paralisado na Estação do Encantado, composição incendiada no Engenho de Dentro, caos total. Hoje, o fenômeno se repete.
Pergunto a V.Exa.: existe algum projeto que tenha maior viabilidade técnico-econômica, que tenha o melhor retorno para a população, que seja transformar os trens que vão para a Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro e para a nossa Baixada Fluminense, inclusive para Paracambi, em metrô de superfície? Existe projeto melhor que esse? A resposta, Sr. Presidente, é não. E por que será que não acontece? Será o Governo não considera relevante a população da nossa Baixada Fluminense ou da Zona Oeste?
Quem leu O Globo de hoje, encontrou a matéria sobre um debate feito ontem, sobre o patrocínio do jornal, sobre mobilidade urbana, e estão lá alguns dados muito interessantes. Por exemplo: da população trabalhadora de Nova Iguaçu, 50% trabalham em Nova Iguaçu e os outros 50% na cidade do Rio de Janeiro. É o município da Baixada Fluminense com o maior indicador de deslocamento para a cidade do Rio de Janeiro. Então, veja como é imperiosa a transformação do trem em metrô de superfície, a melhor infraestrutura ferroviária, cerca de 260 km de trilhos, estão instalados. É aumentar número de composições para diminuir o intervalo, instalar ar condicionado em todas, melhorar a infraestrutura permanente com a sua sinalização e cobrir, fechar, o maior número possível de estações ferroviárias. É o maior retorno no sentido de se ter PAC da Mobilidade.
(…)
Agora, ao mesmo tempo, está um caos no sistema e não temos Secretário de Transportes no Estado, ele está há sete anos escondido no seu gabinete. Ele não vem a público sequer dar uma satisfação. Parece que o transtorno que aconteceu, ontem e hoje, nos trens, aqueles que acontecem cotidianamente nas barcas, com menos frequência no metrô, ou com muita frequência no sistema ônibus, essas tragédias urbanas, acontecem em Uganda ou em Estocolmo, porque jamais o Secretário de Transportes vem dar satisfação à sociedade.
A Agência Reguladora de Transportes ‘vai mal, obrigada’, sempre escondida atrás dos escaninhos. Está tudo à deriva e o volume de carros na rua está cada vez maior face os continuados incentivos fiscais patrocinados pelos governos.
As ruas, com suas manifestações de multidão, gritaram fortemente que queriam melhorar a mobilidade urbana. A Presidente da República chamou os governadores e criou pela enésima vez o PAC da Mobilidade, mas efetiva e concretamente nada ainda aconteceu, nem mesmo a lei de que sou coautor, com o então Deputado do Partido dos Trabalhadores, Rodrigo Neves, que determinava que o Governo do Estado fizesse o Plano Diretor da Região Metropolitana. Já se passaram sete anos. O plano foi feito? Até agora, não.
Por isso a mobilidade urbana é essa tragédia. Para coroar o caos urbano o príncipe regente da Cidade do Rio de Janeiro, com a aquiescência do Governador, quer derrubar o Elevado da Perimetral para que, de fato, a Região Metropolitana fique toda paralisada. Anunciou que, possivelmente, faça isso no mês de outubro, daqui a 30 dias. Além de não darem solução, ainda agravam o problema.
(…) vamos continuar a cobrar, a agir na esfera judicial, na esfera política, para ver se, pelo menos, os governantes acordem. Está na hora de acordar, porque se não acordarem agora dormirão pelo desejo das urnas.”