Ronaldo Ferraz e Pereirinha
O líder da bancada do Partido Social da Democracia Brasileira (PSDB), deputado Luiz Paulo, fala com exclusividade ao JH sobre a participação do partido nas eleições municipais deste ano e diz que ele ressurge com força, lançando uma forte nominata de candidatos às Câmaras Municipais.
A meta, segundo o deputado, é fazer de 80 a 100 vereadores em todo o Estado. O PSDB também pretende lançar candidaturas próprias de prefeito em 25 a 30 dos 92 municípios. Ele confirmou que no Rio o candidato a prefeito é o deputado federal Otávio Leite, que já foi vice-prefeito.
Na Assembleia Legislativa, o PSDB faz marcação cerrada na oposição ao governador Sérgio Cabral. Seus aliados no parlamento fluminense são o PR e o PSOL, incluindo a participação individual dos deputados Paulo Ramos (PDT) e Flávio Bolsonaro (PP).
JORNAL DE HOJE – Deputado Luiz Paulo, 2012 é um ano atípico, pois temos eleições municipais. O Senhor, como líder e presidente regional do PSDB, pode nos dizer qual é o foco da liderança?
LUIZ PAULO CORRÊA DA ROCHA – Dentro do parlamento, nós somos um partido de oposição. Aliás, um dos poucos partidos de oposição que temos nessa Casa junto com o PR e o PSOL, além dos deputados Paulo Ramos e Flávio Bolsonaro. E esta oposição é importantíssima porque um Governo sem oposição cada vez se fragiliza, porque se sente o rei da cocada preta e começa a fazer muitas bobagens. Então, temos que exercitar esse papel de oposição, fazer uma fiscalização forte, tanto nas despesas quanto nas receitas do Executivo. O trabalho do parlamentar também é lutar por políticas públicas que realmente melhore a qualidade de vida da população e fiscalizar severamente o Poder Executivo.
JH – E quanto as eleições?
Luiz Paulo – Alem de líder do PSDB, eu sou presidente regional do meu partido e estamos também nos articulando nos diversos municípios para que possamos ter vereadores em quase todos os municípios. Nós vamos ter nominatas solitárias ou coligadas na proporcional em pelo menos 90 dos 92 municípios. Acho que poucos partidos políticos poderão fazer isso, porque não é fácil estruturar uma nominata de vereadores. Nós também vamos apresentar candidatura própria em torno de 25 a 30 prefeituras e naquelas que não vamos apresentar candidato o nosso aliado preferencial é o PR.
JH – Como é que está estruturado o PSDB para as eleições municipais na Região Metropolitana e Baixada Fluminense?
Luiz Paulo – A Baixada está inclusa na Região Metropolitana. Eu diria que nós vamos com candidato a prefeito na Capital que é o deputado federal Otávio Leite. E em Niterói. Nós estamos discutindo ainda candidatura própria ou não em São Gonçalo, com o nosso vice-prefeito, Jorge Aranha. São essas candidaturas próprias possíveis na Região Metropolitana. Em Caxias, São João de Meriti, Nova Iguaçu, Nilópolis, Mesquita, Queimados e Japeri estamos discutindo alianças diversas com outros partidos políticos.
JH – E no interior?
Luiz Paulo – Em Cabo Frio, temos candidatura própria com o presidente da Câmara de Vereadores de Cabo Frio, Silas, que é um candidato de bom calibre. Em São Pedro da Aldeia com um pequeno empresário da área da pesca, o Júnior. Em Maricá, vamos apoiar a candidatura da aliança PR/DEM. Não temos candidatura própria em Saquarema, Araruama e Arraial do Cabo. Em Rio das Ostras vamos apoiar a candidatura do deputado Sabino. Em Macaé, estamos sob a liderança do Sílvio Lopes. Em Campos, vamos apoiar a ex-governadora Rosinha. Em Itaperuna temos grande chance de ter candidatura própria com o desembargador Luiz Leite Araújo, que se aposentou recentemente. Possivelmente teremos candidatura própria em Barra Mansa, em Sapucaia, em Trajano de Moraes.
JH – O Senhor considera, então, que este ano é o ano do ressurgimento do PSDB no Estado do Rio.
Luiz Paulo – Nós optamos pelo ressurgir do partido através de uma grande malha de vereadores. Por isso que a prioridade nosso foi montar nominatas. Poucos partidos vão ter nominatas em 90 municípios. A nossa meta é ter de 80 a 100 vereadores, mas muito bem distribuídos pelos municípios. É óbvio que o cargo mais importante é o de prefeito, mas o prefeito aqui no Estado do Rio, infelizmente, é muito facilmente seduzido pelo chefe do Poder Executivo, que na sua última eleição disse que tinha o apoio de 91 prefeitos. Ele exagerou um pouco, mas talvez tivesse o apoio de 88, porque os prefeitos – tem algumas exceções – dizem que não podem brigar com o governador porque precisa de dinheiro do Governo do Estado, mas isto não é política, não é partidária. Então, resolvemos fazer a aposta numa malha, numa rede de vereadores.
JH – Em Niterói, o PSDB escolheu como presidente uma grande pessoa, uma grande figura humana, que é o ex-deputado Sílvio Lessa. Lá, discute-se uma aliança com o PR.
Luiz Paulo – Não. Nós vamos ter candidatura própria. É um médico, uma figura nova na política. É uma pessoa qualificada. Tive uma reunião com ele aqui na Assembleia Legislativa, com a presença do Sílvio Lessa e ele vai ser o nosso candidato. Temos uma boa nominata, com jovens promissores da cidade. Evidentemente, se o PR vier a se associar a gente, vamos ter muito prazer em recebê-lo.
JH – O que nos causou estranheza foi o Sílvio Lopes, em Macaé, e o filho Glauco não serem candidatos em 2010.
Luiz Paulo – O Glauco entrou na política mais recentemente. Mas o Sílvio Lopes tem uma vida toda e quem tem uma vida toda na política jamais sai dela. Ele declinou de ser deputado federal, lá em Brasília, porque estava muito afastado da família. Mas cumpriu essa etapa, mas da política ele não vai sair.
Fonte: jornalhoje.inf.br