A Comissão Especial da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) que acompanha a construção do Porto do Açu, no município de São João da Barra, Norte fluminense, ouviu, nesta terça-feira (22/11), representantes de produtores rurais da região, que criticaram a desapropriação de terras e os impactos ambientais gerados pelo empreendimento. Os representantes da empresa responderam às questões levantadas, anteriormente pelo Deputado Luiz Paulo e pelos produtores e garantiram que serão feitas compensações ambientais, como a criação de 9 mil hectares de áreas de proteção ambiental.
Vice-presidente da Associação dos Produtores Rurais e Imóveis de São João da Barra (Asprim), Rodrigo Santos levantou que os moradores não teriam sido ouvidos em audiências públicas prévias, como determina a legislação. “As audiências não aconteceram no 5º distrito, que é local onde estão sendo realizadas as desapropriações. Além disso, estão pagando valores ínfimos pelas propriedades”, protestou. Já para o produtor rural Enielson de Souza, que teve seu terreno desapropriado, foi reassentado na fazenda Vila da Terra e recebeu da EBX uma casa mobiliada e um terreno de 2 hectares, a situação atual é melhor do que era no 5º distrito. “Tudo o que foi prometido para nós está sendo cumprido. Hoje, temos uma vida muito melhor na Vila da Terra. Vamos apenas esperar passar o verão para voltar a plantar quiabo, maxixe e abóbora”, relatou o agricultor. Diretor de sustentabilidade do grupo EBX, Paulo Monteiro rebateu as críticas feitas à empresa e garantiu que o licenciamento ambiental está seguindo padrões rígidos e que a companhia tem compromisso com a população da região. “Os moradores reassentados receberam a indenização, um novo terreno pronto para o plantio e casas totalmente mobiliadas”, afirmou. “Fizemos mais de dez audiências públicas na região, divulgadas com mais de 45 dias de antecedência, além de reuniões informais com diversos grupos”, destacou. Segundo Monteiro, os produtores rurais reassentados passarão ainda por uma capacitação com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), para otimizar a produção. “Enquanto eles não voltam a produzir, pagamos um auxílio-produção para todos os trabalhadores rurais”, completou o diretor da EBX.