No encerramento das atividades parlamentares do ano de 2011, o deputado Luiz Paulo fez um balanço de tudo que se passou e comentou que este foi um dos anos mais produtivos.
“Sr. Presidente, primeiro, assinalar que este é o primeiro ano da atual legislatura e o primeiro ano que V.Exa. tem assento na Presidência do Parlamento Fluminense. Seguramente, este foi um dos anos mais produtivos do Parlamento Fluminense. Primeiro, o Parlamento melhorou a sua qualidade e a sua forma de comportamento presencial. Isso se deve, seguramente, aos novos parlamentares eleitos, que mostraram muito mais garra, muito mais determinação e vontade de crescer no processo político. Quando digo novos, não me refiro apenas à faixa etária, mas na compreensão do que seja o processo político e o papel do Parlamento.
Melhorou, Sr. Presidente, qualitativamente, não somente por uma questão de maior ou menor grau intelectual ou de competência dos seus gabinetes, mas melhorou porque, volto a me reportar, Deputado Robson Leite, ao discurso do Papa Bento XVI no Parlamento alemão, quando ele ali definia as funções do parlamento fazendo um cotejo com o que Rei Salomão pediu a Deus lá assinalado no livro dos Reis: sabedoria e capacidade de discernir entre o bem o mal. Foi o que Salomão pediu a Deus. E essa é a função do Parlamento: ter sabedoria e saber discernir o bem do mal. E eu acho que este ano foi marcado por um comportamento do Parlamento nessa linha. O que já justifica plenamente os nossos mandatos.
Terceiro, Sr. Presidente, é que V.Exa., como Presidente da Casa, entre outras virtudes, tem uma que eu também julgo essencial, e nem todos os Presidente têm todas as virtudes; têm um conjunto de virtudes e de defeitos: V.Exa. está sempre disposto a trabalhar. É o primeiro a chegar, o último a sair, tem conduzido todas as Sessões deste Parlamento e tem estado sempre à disposição dos Srs. Parlamentares, mesmo que seja para dizer não. Mas o acesso e a discussão são fundamentais.
V.Exa. manteve vivo algo que esta Casa já tinha criado em outros momentos mas que é extremamente importante: o Colégio de Líderes, que, em reuniões sucessivas minora as contradições que, seguramente, temos no Parlamento.
Outra questão que quero destacar, Sr. Presidente, é que, apesar da grande desproporção entre bancada de Governo e bancada de oposição – na proporção de 58 votos contra 12 – esta bancada de oposição tem tido, em determinados momentos, também, a oportunidade de exercitar os seus mandatos, mostrando as diferenças de compreensão do processo político.
Quero me remeter a uma questão já levantada pelo Deputado Comte Bittencourt. V.Exa. foi Líder do Governo durante 14 anos, especificamente – 14 anos. Todos nós tínhamos uma dúvida maior, se V.Exa. iria desincorporar essa função de Líder do Governo e ser Presidente dos 69 Parlamentares, que representam nesta Casa mais de 20 partidos políticos. V.Exa. assim o fez, deixando que esse papel seja cada vez mais desempenhado pelo Deputado André Corrêa, que se esmera para superá-lo, e tenho certeza que o fará, porque bom aluno é aquele que supera o seu mestre.
Mas diria também, Sr. Presidente, e já vou concluir, porque este mal V.Exa. não superou: a ansiedade. Mas só para concluir, eu gostaria até que a Mesa Diretora fizesse uma pesquisa nos últimos 16 anos – porque não me lembro, e só estou aqui há nove – de ter tido um ano Legislativo em que uma Casa tenha aprovado cerca de 80 projetos de lei de origem do Poder Executivo…
Setenta e nove. É um número extremamente expressivo, o que também mostra a disposição da Casa de trabalhar a qualquer tempo, e todos eles – em regime de urgência -, o que faz com que tenhamos que nos dedicarmos muito mais, não somente na leitura dos projetos, no entendimento, na produção das Emendas e até – com foi o caso das barcas – para nos posicionarmos definitivamente contrário.
Estou falando em meu nome, mas tenho certeza que estou falando em nome do Deputado Gerson Bergher e da Deputada Lucinha, e por meio ano também em nome da Deputada Claise Maria Zito, que se desvinculou do PSDB.
Concluo, Sr. Presidente, dizendo que foi um ano profícuo, de muito trabalho, em que V. Exa. conduziu a Casa com muita determinação. A Casa tem crescido no que diz respeito à gestão interna – é outro elemento importante, a Casa não é só o Plenário – e mostrou um grande processo produtivo à sociedade, mesmo num ano em que o Brasil viveu tantos e sucessivos escândalos.
Por isso tudo, parabenizo os senhores parlamentares, V. Exa. e o corpo administrativo da Casa, em especial, aqui no Plenário, a Taquigrafia. Desejo a todos um Ano Novo muito próspero e, principalmente, que o Parlamento possa, cada dia mais, se dedicar à sua função. Que os senhores parlamentares tenham mais orgulho dos seus mandatos porque o que fazemos aqui é representar a democracia.
A democracia, muitas vezes, é dita por muitos e pouco vivida.”