Será um desastre se a solução preconizada pelo prefeito vier a agravar o já complicado tráfego no eixo do Cais do Porto.
A Prefeitura do Rio quer fechar o acesso da Perimetral entre a Rodoviária e a Praça Mauá para implantar as medidas preparatórias à demolição deste trecho, em novembro, sem a devida consulta da população.
Esquece o prefeito Eduardo Paes que o país assistiu surpreso às intensas manifestações iniciadas em junho. É neste contexto que ele mantém o propósito de demolir o elevado, cuja construção foi financiada com grandes recursos dos governos federal e estadual.
Há ainda sérias dúvidas de que a alternativa concebida (Via Binário e Mergulhão) para substituir o elevado garanta a implantação da capacidade viária necessária a atender a intensidade do tráfego, sobretudo o adicional que será gerado pelos megaempreendimentos que devem se instalar na área do projeto, com sérios impactos na mobilidade metropolitana. Imagine o fechamento agora somente com a Avenida Binário.
Será um desastre se a solução preconizada pelo prefeito vier a agravar o já complicado tráfego no eixo do Cais do Porto, além de impedir o acesso dos ônibus vindos da Baixada ao Terminal Américo Fontenelle. A Perimetral é essencial para a mobilidade de quem vai e vem da Zona Oeste, pela Av. Brasil, de Niterói, São Gonçalo pela Ponte e da Baixada, pela Linha Vermelha.
Agora é a hora de ouvir a população, que deseja participar — ainda mais diante do quadro de incerteza decorrente da pouca transparência com que a Prefeitura do Rio conduz o projeto do Porto Maravilha. Proponho sustar a demolição e que, além das audiências públicas formais que a legislação exige, seja promovido um amplo debate técnico-econômico e urbanístico, seguido de uma consulta à população metropolitana sobre a demolição do elevado.
Esse R$ 1 bilhão a ser gasto com a demolição poderia mesmo era ser usado na Educação e na Saúde.
Luiz Paulo Corrêa da Rocha
Deputado estadual pelo PSDB
Publicado no jornal O Dia (23/10/2013)