O deputado Luiz Paulo reiterou em seu discurso ontem no plenário a necessidade de uma mudança de paradigma para propiciar um diálogo real e efetivo da sociedade com os governantes, discutir o porquê, e como resolver, da perda de representatividade dos poderes constituídos.
“A questão da mudança de paradigma do dialogo da sociedade com os poderes constituídos. Construiu-se na última década, ou nos últimos anos, para não falar em década, uma ditadura civil neste País, onde o Poder Executivo dita todas as regas do jogo por omissão do Poder Legislativo – não estou falando só daqui, não, estou falando do Brasil inteiro. O Poder Executivo também não estabelece qualquer diálogo entre o que ele faz na gestão e as suas decisões e a sociedade.” – afirmou Luiz Paulo
Ele salientou que o Poder Executivo tem se tornado imperador nas decisões do País, pois ela é dono da caneta do Orçamento.
“Por quê? Porque o Poder Executivo, como o grande executor do orçamento, como dono da caneta, tendo um Legislativo submisso, não considera nem o Legislativo nem as demandas da sociedade.”
Luiz Paulo afirma que a a questão de novos canais de diálogo da população com os poderes constituídos não vai acontecer gratuitamente. As manifestações são para que se desperte para essa questão.
“Temos que criar mecanismos para estabelecer esses diálogos, mecanismos próprios da democracia direta. Essa tarefa, queiram ou não, é do Congresso Nacional. Temos que inserir esses mecanismos na Constituição da República.”
Finalizou a preleção com ideias para a reforma política, como fazer plebiscito para saber se a população gostaria do investimento x ou y, e que se eleja uma assembleia constituinte, com a única função de reformar a Constituição sem direito à reeleição.
“E faça uma profunda reforma política, partidária e eleitoral; uma profunda reforma, mas constituintes só com essa missão e dar a essa Constituição esses mecanismos de consulta popular que eu falei, porque esse mar de demandas vai se afunilar. Mas engana-se quem acha que a grande demanda é a tarifa, só. A tarifa, a Saúde, a Educação, as concessionárias de serviço público e a falta de habitação são a grande demanda. É um monte de demandas que irão se afunilar, e na hora em que se afunilarem quem representa quem para fazer essa negociação? Formalmente, hoje, são os partidos políticos.
Informalmente, as manifestações também vão ter que conceber os seus representantes. Esta é a hora oportuna para o Congresso Nacional, subsidiado por todo o Brasil, pensar numa modificação profunda desses canais de diálogo da sociedade com os Poderes constituídos e, de forma mais efetiva, dessa democracia representativa ter credibilidade e funcionar.”