Um tema que hoje está profundamente repercutido pela mídia: a escassez hídrica e as sucessivas queimadas que acontecem na nossa Região Serrana, que já se estendeu de Petrópolis, indo para São José do Vale do Rio Preto, adentrando por Areal, e agora ameaça a nossa Mata Atlântica, no Parque da Serra dos Órgãos. Isso não é surpresa, porque, se não chove há mais de 60 dias, se a vegetação está toda seca, é de se esperar que isso aconteça.
Pelo menos, de sábado para domingo, virá o horário de verão, o que simbolizará alguma economia de consumo de energia. Duas grandes crises que se apresentam hoje com repercussão no amanhã: a crise hídrica e a crise energética, uma é dependente da outra. Não é possível mais se apelar para as termoelétricas, porque elas já estão ligadas a pleno vapor há muito tempo, inclusive sobrecarregando as nossas contas. Este fato é tão verdadeiro, que, volto a repetir, no mês de novembro, a tarifa de energia da Light, nossa principal concessionária, será reajustada em patamares que oscilação entre 20 a 25%.
O nosso sistema de Defesa Civil tem que estar preparado para os dois eventos extremos: o das chuvas e o da seca com queimada, porque um agrava o outro. Sempre que há queimada, o solo abre, porque toda a água evapora entre os grãos e o capim, que protege a erosão, e vai embora com o fogo, e depois da queimada chegam as chuvas de verão. É um prato feito para acontecer novos escorregamentos.
São dois eventos extremos, mas que no fundo se complementam. E a Região Serrana, em particular, mas não só, é afetada fortemente por esses dois eventos extremos. Entra ano, sai ano, nós estamos falando sempre sobre o mesmo tema, e sempre as instituições são surpreendidas, como se esses não fossem fatos previsíveis.
Por isso, mais uma vez, fica aqui assinalado o alerta sobre este momento difícil que nós estamos vivendo, que é o momento da crise hídrica com a crise energética, associado à falta de chuva, às queimadas e ao verão que se aproxima.
