Sra. presidente, sras. e srs. parlamentares que nos assistem de forma presencial e remota, senhor intérprete da linguagem de libras que leva a nossa voz aos deficientes auditivos, senhoras e senhores telespectadores que assistem com frequência a nossa TV Alerj, acabei de receber por volta das 12h 50min notícia que quero trazer a público. O governo da Rússia foi suspenso do Conselho de Direitos Humanos da ONU, ampliando-se desta forma, de maneira inédita, o isolamento do Kremlin, isto é, da Rússia no cenário internacional.
A atrocidade da guerra
Esta decisão é absolutamente fora da rotina, é inédita, porque o Conselho de Segurança das Nações Unidas é órgão importantíssimo com assento das nações e a suspensão do Conselho de Direitos Humanos da ONU se dá, evidentemente, por medidas gravíssimas e aí, especificamente, se está falando da invasão da Rússia à Ucrânia e aquele conjunto de mortes que aconteceram no seio da população civil. Isso tensiona tudo aquilo que está ocorrendo, mas, ao mesmo tempo, está dizendo claramente sobre a atrocidade da guerra, em especial, o assassinato de população civil.
Brasil, infelizmente, não apoiou o afastamento
Quero também fazer o registro de que o atual governo do Brasil não apoiou o afastamento. A partir daí é que volto ao tema que há mais de 30 dias discurso nesta Casa: Rússia invade a Ucrânia, mais de 10% da população da Ucrânia já se evadiu, cidades são destruídas, morte continuada de população civil.
Na Alerj, bolsonaristas e esquerda radical não se posicionam
No entanto, as posições que costumam promover o debate ideológico na Alerj, isto é, os segmentos bolsonaristas versus a dita esquerda mais radical, não se posicionam sobre o tema, como se não estivesse havendo invasão na Ucrânia, como se a Rússia não fosse invasora, como se isso merecesse condescendência e passividade.
Devido a isso, trago esse tema: a Rússia foi suspensa do Conselho de Direitos Humanos da ONU. O Brasil, de Bolsonaro, não se posicionou, mas a esquerda brasileira acha que Putin ainda é um revolucionário socialista – ainda é, porque nunca o foi, jamais leu uma orelha de um livro de Marx – e que a Rússia ainda é a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, o que também deixou de sê-lo há algumas décadas. Tenho uma posição muito clara: guerra não se justifica de jeito nenhum. Quem invade será sempre o culpado, porque quem é invadido vai se defender. E não ouço meus companheiros parlamentares debater este assunto.
Então, eu quero, mais uma vez, deixar aqui assinalado e, pela enésima vez, dizer: guerra, não! Rússia, assuma seu papel histórico e retire as tropas da Ucrânia.