por Luiz Paulo
Pela 17ª vez participo de sessão de encerramento de trabalho legislativo. Confesso que, de 2014 para cá, tenho participado delas com algum grau de melancolia, visto que imaginava que cada parlamentar que aqui estava, até o ano de 2014, procurava contribuir para melhorar a democracia, para consolidar as finanças públicas do Estado do Rio e melhorar a qualidade de vida da população.
E veio a grande avalanche. Quando começou, e não lastimo, porque veio em boa hora, afirmei que me cabia, aqui no parlamento, um único projeto: resistir. E, ao longo desse tempo, o que temos feito foi resistir, para poder renascermos das cinzas, como fênix.
2019 – ano de reconstrução
Ao entrarmos em 2019, imaginei que seria ano de reconstrução, de renascimento. Houve a grata surpresa de termos aqui mais de 50% de renovação do parlamento, e considero que é melhor que o anterior, mais produtivo e bem qualificado. Aconteceram várias CPIs, com bons trabalhos, presença maciça em plenário – falta de quórum caiu muitíssimo -, ótimas reuniões de Comissões Permanentes, grande produção de projetos de lei. Sem citar nomes para não cometer injustiças. Os mais tarimbados também são parlamentares que mantêm assiduidade, competência e desejo de contribuir.
Se algo destoa, é que, nos muitos debates, há razoável agressividade. Particularmente, gosto do debate de ideias e conceitos, mas considero que se deve manter o respeito aos parlamentares e à própria instituição. A diversidade ideológica, de pensamentos, de crenças é natural num país tão multifacetado. Além disso, ainda existe ampla diferença de idade dos eleitos: de vinte e poucos anos a quase 80.
Mandato de resistência
Neste ano de 2019, ao subir ao púlpito pela primeira vez, afirmei que continuaria a resistir, a lutar pela democracia – que sentia chamuscada -, pela ética, pela transparência. Continuaria a lutar, também, pela defesa do consumidor – achincalhado em todos os lugares em que vai, seja na prestação de serviços, nos preços abusivos e, até mesmo, nos impostos a que essa população é submetida.
Oposição há 17 anos
Tracei como meta principal ajudar o Estado a sair da crise fiscal. Entendo que, se não sairmos dessa crise, não chegaremos a lugar algum. Estamos, com muita convicção, na oposição. Aliás, sem ter que escolher, porque há 17 anos estou na oposição e não me vejo em outro local. Mas numa posição em que realmente há o compromisso de ajudar nosso Estado a sair do buraco em que foi colocado.
Papel da presidência da Alerj
Quero também afirmar que, na bandeira da luta pela democracia, a presidência da Alerj tem atuado com muita competência, entendendo que o parlamento é um conjunto de diversas opiniões, diversas ideologias e diversos credos. Dá atenção igual a todos, o que é muito importante e tem pauta de discussão bastante bem distribuída entre todos os segmentos. E a tarefa mais difícil é manter ordem na Casa. Verifico que, muitas vezes, principalmente em 2019, a temperatura foi muito alta e é preciso o equilíbrio de manter esse clima sob controle. Agradeço a competência e paciência.
Agradecimento à equipe do gabinete e da Alerj
Para finalizar, não conseguiria, em plenário, ser um parlamentar assíduo e participativo se não tivesse uma boa assessoria atrás de mim. Então, quero agradecer a todos.
Tenho profunda admiração pela taquigrafia da Casa, porque conseguem colocar no papel a balbúrdia que é este plenário, com praticamente erro zero. Muitas vezes, nós que estamos aqui, perdemos parte das discussões.
Quero também agradecer ao setor que tem funcionado muito bem: a parte da assessoria de imprensa, a TV Alerj, que faz com que possamos divulgar nossos trabalhos e dar publicidade a eles.
Fortalecimento do Fórum Econômico e da questão cultural
A presidência prestigia muito bem algo que acho importante para nós: o Fórum de Desenvolvimento Econômico Roberto Marinho. E é muito importante o nível das discussões do nosso Fórum. Cito também o cuidado especial com a parte cultural. Afinal, este é o Palácio Tiradentes, um bem tombado, que tem história absolutamente relevante. Não há como construir democracia negando a história e a cultura do Estado.
Por tudo isso, considero que 2019 foi ano de transição, mas bastante produtivo.