Sra. presidente, srs. deputados e deputadas que nos assistem, de forma presencial ou remota, senhoras e senhores que assistem à TV Alerj, mas, em especial, cumprimentar os alunos de Ciências Políticas que nos visitam.
Neste 19 de abril, é oportuno dizer que, no fim desta semana, teremos Carnaval fora de época. Achei muito interessante que uma pessoa do povo, me encontrando, falou que iria Carnaval neste fim de semana. E, aí, pergunta: vamos ter nova Semana Santa, 40 dias depois do Carnaval, nova Páscoa? Tentei explicar que a Semana Santa, Paixão de Cristo, Páscoa é data religiosa marcada segundo a lua cheia, tem toda uma complexidade da marcação dessa data religiosa. E o Carnaval é 40 dias antes.
Então, a data que não se altera é a data da Semana Santa. Mas, veja só a confusão, até no calendário, que vivemos nos tempos atuais. Essa confusão foi fruto principalmente desses dois duros anos de pandemia que vivemos, pandemia que agora ameniza, mas que ainda não se resolveu totalmente. Temos registros em diversas partes do mundo, inclusive na China, de que a pandemia continua.
Mas queria fazer outro registro, muito destacado nos jornais, que o Procurador-Geral da República, Sr. Aras, hoje, praticamente paralisa todos os processos que dizem respeito à conduta da Presidência da República. E a instituição Ministério Público Federal não se rebela contra. Há um silêncio obsequioso, que nem sempre existe quando os atores são outros. Os registros estão nos jornais de hoje e me parecem absolutamente pertinentes. Por isso, faço aqui esse registro.
O segundo registro, dentro dos cinco minutos, é que o Putin, neofascista que comanda a Rússia, que invadiu a Ucrânia, agora está ameaçando a Finlândia e a Suécia, que sempre foram neutros na história. Nunca vi Suécia e Finlândia se posicionarem sobre dilema nenhum do mundo, mas agora ficaram sob ameaça caso decidam entrar para a OTAN. Onde fica a autodeterminação dos povos? Cada país decide seu rumo e não é outro que vai dizer se for por aqui minhas forças nucleares vão estar próximas dessas divisas, e outros absurdos.
Chamo a atenção, também, sobre este ponto, que é dado diferencial que ocorreu na última semana e, me refiro a esses temas, porque considero que tudo isso é importante para nossa reflexão.
Para terminar, depois da Segunda Guerra Mundial, a sociedade em que vivemos fez um grande contrato social, que não está escrito em papel nem assinado, mas houve um contrato social para tentar ter políticas públicas que não entrassem em confrontos mortíferos de guerra, mas, também, produzir políticas públicas em benefício da população. Hoje, esse contrato social está totalmente rompido. Vai ter que se estabelecer um novo contrato social, que todos nós imaginávamos que, depois da pandemia, fosse um contrato onde o fundamento maior seria a solidariedade. Para espanto geral, houve a invasão da Rússia à Ucrânia e solidariedade não está existindo em nada.
As políticas públicas, hoje, não atendem às demandas da nossa sociedade e, em cima disso, vai haver eleições gerais, principalmente para presidente da república, o que traz as maiores discussões. Não vejo, a médio prazo, como solucionarmos as grandes questões do país que, evidentemente, passa pela economia, educação e segurança pública. Acho que precisamos pensar um pouco fora das caixinhas que pensávamos antes para produzir políticas públicas que atinjam, realmente, os interesses do nosso povo.