Não é possível entender a tal mobilidade no Rio de Janeiro. As contradições são enormes. Derruba a Perimetral pois a mobilidade não tem solução com carros e ao mesmo tempo constrói Transcarioca e Transolímpica, para carros. E ainda dá incentivos fiscais para construção de fábricas de automóveis e dá isenção de IPI para compra de novos veículos. Gera o caos. Oficiei ao presidente da Comissão de Transportes da Alerj, no dia 19, para que seja realizada uma Audiência Pública para debatermos a hipótese levantada pelo Prefeito Eduardo Paes, de tirar a Rodoviária Novo Rio da intercessão da Francisco Bicalho com a Rodrigues Alves, e transferi-la para Irajá, no terreno do antigo DNER, cruzamento da Avenida Brasil com o início da Rio – São Paulo, no Trevo das Margaridas, como é conhecido.
A Rodoviária Novo Rio é administrada pelo Estado, porque ela é ponto de receber os ônibus intermunicipais e interestaduais. E não é o alcaide, dublê de faraó, Prefeito da nossa cidade, que pode decidir essa questão solitariamente.
E por que essa urgência, e só agora? Porque ele descobriu que a Rodoviária está com overbook de ônibus, e isso atrapalha os empreendimentos imobiliários do projeto Porto Maravilha. E tudo o que atrapalha, tira da frente: derruba a Perimetral; transfere a Rodoviária, porque o projeto tem que dar certo.
E aí, pergunto: certo para quem? Seguramente, para a população fluminense é que não é. Seguramente, muito bom para os empresários que estão fazendo as obras e para aqueles que estão investindo num volume grandioso de prédios comerciais que estão acontecendo na região. Porque os residenciais são muito poucos.
E a tese urbanística para o Centro da Cidade do Rio de Janeiro sempre foi que o Centro da Cidade, com a infraestrutura que tem, não é uma área da cidade que tem que operar só 12 horas por dia, quando o comércio e os escritórios são vivos. Tem que ter habitação no Centro para a cidade ser viva 24 horas por dia. Mas não é o que vem ocorrendo na área portuária.