Saúdo, inicialmente, a sra. presidente, deputada Tia Ju, sras. e srs. deputados que nos assistem de forma presencial ou remota, senhoras e senhores telespectadores da Assembleia Legislativa da TV Alerj, senhora intérprete da linguagem de Libras que leva a nossa voz aos deficientes auditivos.
Deputada Tia Ju, já que a senhora, além de deputada, administra também a sua casa, deve ter presenciado no dia de hoje o noticiário sobre a inflação. A inflação acumulada dos últimos 12 meses, isto é, incluídos os quatro primeiros meses deste ano, está fechando em 12 pontos percentuais; passando facilmente de 2 dígitos.
Há 10 dias, discursando aqui neste mesmo horário, afirmei que estava um absurdo o aumento do custo de vida, principalmente para as pessoas mais necessitadas. Disse, 10 dias atrás, que o tomate, que é usado por todos, tinha chegado a R$18,00 o quilo; que a cenoura, naquele momento, estava chegando a R$12,00 o quilo. A notícia que tenho hoje é de que o tomate já chegou a R$ 30,00 o quilo. Como o povo brasileiro, especialmente do nosso estado, pode sobreviver com inflação desse tamanho e com os produtos aumentando o preço ‘n’ vezes maior que a própria inflação de 12% ao ano?
Esse assunto é importante, porque, no final de semana, viveremos o 1º de maio, Dia do Trabalhador brasileiro, com muitas tragédias, nada de positivo. E tragédia não se comemora; lastima-se, rejeita-se, luta-se para superar. Observo, muitas vezes, as principais cabeças políticas que mandam nos estados e no país a travarem discussão efêmera, de perfumaria, de assuntos que não são relevantes para a vida do cidadão.
Por conta da carestia, na década de 50, os políticos iam à rua, subiam nos palanques e levantavam bandeira de combate à carestia. Hoje, discutem o que decidem os tribunais. E o combate à inflação inexiste. Todo reajuste no preço do barril de petróleo, no mercado internacional, visto ser uma commodity, é repassado para o preço dos combustíveis, causando aumento de custo dos transportes, com a inflação crescendo junto. Essa é a dura realidade.
Entramos num quadro mais complexo ainda, quando a inflação se associa à recessão. Entramos nesse patamar, por uma questão simples: se os salários não são reajustados, se o desemprego continua a sangrar a população, o cidadão, com o mesmo dinheiro, vai comprando cada vez menos. E esse quadro de inflação com recessão é extremamente danoso para a população.
Devido à gravidade do problema, conclamo as lideranças deste país a se dedicarem de fato ao combate à inflação e à melhoria de qualidade de vida do nosso povo. Sem isso, a política deixa de fazer sentido.