Dupla de demolidores a favor dos interesses privados

Dupla de demolidores a favor dos interesses privados

O deputado Luiz Paulo discursou na Alerj sobre os mandos e desmandos do governo Paes em parceria com o governo Cabral. Para ele, a dupla favorece a demolição do Rio de Janeiro em prol do incentivo às grandes construtoras e à especulação imobiliária. “Eles somam forças para demolir o patrimônio histórico e cultural da cidade e beneficiaram as construtoras”- sentenciou Luiz Paulo.

 

Dupla de demolidores a favor dos interesses privados 1

 

O deputado enumerou pelo menos cinco absurdos que o prefeito e o governador querem para o Rio de Janeiro:

Acabar com a Perimetral, que foi construída com o dinheiro de empréstimos federais , em meados da década de 1950, por uma justificativa de embelezamento da cidade, mas que esconde uma intenção nada favoráve.

“O Governo que soma forças, Cabral e Eduardo Paes, quer demolir a Av. Perimetral, construída na época de Juscelino Kubitschek de Oliveira, parte dela, e depois complementada no período ditatorial com recursos do Governo Federal – recursos de empréstimo. Por que será que esse Governo que soma forças – Governo demolidor Cabral e Eduardo Paes – quer demolir a Perimetral? Para incentivar a especulação imobiliária na área portuária.”

Demolir o prédio da Brahma, com a justificativa de ampliar os camarotes para o carnaval, e tempos depois vir a público a nota da construção de um megaempreendimento de 151 mil m² e 19 andares.

“A dobradinha Cabral-Eduardo Paes demoliu o prédio da Brahma, ao lado do sambódromo, ali ao lado da rua, cujo nome poucos sabem, chamada Comandante Maurity. E demoliram o prédio da Brahma para quê? A desculpa inicial era que precisavam de uma contrapartida para ampliar as arquibancadas do sambódromo; depois, a verdade veio à tona: demoliram o prédio da Brahma para favorecer a especulação imobiliária, visto que lá será erigido um prediozinho pequenininho, de 19 pavimentos, com 151 mil metros quadrados de área construída.”

Trocar o traçado da linha 4 do metrô, mesmo com as manifestações contrárias das comunidades “beneficiadas” por esta linha (Ipanema/Leblon). Esta mudança beneficia as grandes empresas de construção.

“Mudaram o traçado da Linha 4 do Metrô, para passar por Ipanema e Leblon. As comunidades não queriam, nem as que estão recebendo, nem as que estão perdendo, mas, mesmo assim, o fizeram. E qual era o mote principal? Beneficiar as grandes empresas de construção.”

Acabar com a Praça Nossa Senhora da Paz para construir uma estação do metrô: às vésperas da Rio +20, a idéia é retirar as árvores locais e colocá-las em local não definido e que certamente não terão os cuidados necessários.

“Vão liquidar a Praça Nossa Senhora da Paz, em plena Rio + 20, retirando todas as árvores de lá, levando, para inglês ver, para outro canteiro, seguramente onde essas árvores ficarão abandonadas e morrerão. Tivemos, há aproximadamente 15 dias, um fraldão de assinaturas e um abraço da comunidade na Praça. Ninguém quer a destruição da Praça Nossa Senhora da Paz, mas a dobradinha Cabral-Eduardo Paes, os demolidores, quer.”

E a desativação e venda do QG da Polícia Militar, na Rua Evaristo da Veiga, para a Petrobrás. Além da competência não ser do Estado e sim da prefeitura no fundo desejam desativar todos os QGs para novas construções.

“Agora é o QG da Polícia Militar na Rua Evaristo da Veiga. Hoje li um artigo primoroso de um historiador, mostrando a insensatez, a loucura dessa medida, mas a dobradinha Eduardo Paes-Sérgio Cabral quer. Quem define o uso do solo é o prefeito. E para quê? A desculpa primeira é para vender para a Petrobras por R$336 milhões, mas, no fundo, no fundo, lá tem uma nova construção que vai beneficiar as empresas construtoras.”

Além disso, citou também a demolição do terminal da Pavuna, a vontade de demolir o Hospital Rocha Faria, fora a demolição em parte do Maracanã, patrimônio tombado, para talvez sediar um único jogo, e que está custando R$1 bi! “Se tudo der certo vai ser o jogo mais caro do mundo”- analisa o deputado.

Em nenhum dos casos, foi dada uma satisfação à Alerj, como a lei determina. Para Luiz Paulo, Cabral e Paes formam uma dupla de demolidores, que só sabem atender aos interesses das empresas, em detrimento do povo. “Essa dupla de demolidores, a dobradinha Eduardo Paes e Sérgio Cabral, que soma forças a favor dos interesses privados dos especuladores imobiliários e das construtoras, é que impera neste Estado. No caso tanto do QG quanto dos Batalhões de Botafogo e da Tijuca, a Lei manda dar satisfação à Assembleia Legislativa. A alienação dos Batalhões da Tijuca e de Botafogo tem que ser precedida de avaliação e a Lei 8666/83, Lei das Licitações e Contratos, determina que é preciso autorização legislativa. No caso do QG, mesmo vendendo para a Petrobras, tratando-se de uma entidade estatal, precisa também o Governador, não por Projeto de Lei, de autorização do próprio Parlamento. Está no texto da Lei Complementar estadual que regulamenta essa matéria.”

O deputado encerra o discurso lamentando a postura dos governos e fica se perguntando o que será do Estado do Rio de Janeiro. “Onde nós vamos parar? Onde está o interesse público? Tudo é justificativa para demolir e fazer construções novas, públicas ou privadas. Enquanto isso, a saúde e a educação estão em estado de lástima.”