Deputado Luiz Paulo contesta cobrança abusiva de taxas pelo Detran

Deputado Luiz Paulo contesta cobrança abusiva de taxas pelo Detran

No expediente inicial da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ), ocorrido nesta quinta-feira, 23 de maio de 2024, Luiz Paulo abordou questões críticas relacionadas ao Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro (Detran-RJ) e suas práticas de cobrança. O deputado expressou sua preocupação com o que ele descreveu como um desvio da função original do Detran, que deveria focar na disciplina da frota de veículos em conformidade com o Código de Trânsito, mas que, segundo ele, se tornou uma instituição com objetivo meramente arrecadatório.

Luiz Paulo destacou a suspensão, pela ALERJ, da cobrança da taxa do Certificado de Licenciamento e Registro de Veículos (CLRV), justificando que a taxa representava uma dupla cobrança, uma vez que já existia a taxa do Certificado de Registro e Vistoria dos Veículos (CRV). Ele explicou que o CLRV, popularmente conhecido como “verdinho”, é obtido digitalmente e não gera custos adicionais ao Detran, tornando a cobrança abusiva. No entanto, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) reverteu essa suspensão, levando o Detran a retomar a cobrança da taxa.

O deputado também mencionou a recente Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) que foi apresentada ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) em 22 de maio de 2024, com o objetivo de combater essa cobrança dupla. “Você paga duas taxas para ter um único serviço”, afirmou Luiz Paulo, enfatizando que isso é injusto com os motoristas.

Ele ressaltou a importância do carro para diversos profissionais, desde carpinteiros e pedreiros até professores e motoristas de aplicativos, argumentando que o veículo é uma ferramenta essencial de trabalho para muitos. Além disso, mencionou a alta alíquota do IPVA no estado, uma das mais elevadas do país, e a alta taxa de inadimplência, que chega a 35%. A cobrança da taxa do CLRV, que custa cerca de 80 reais, juntamente com a taxa de licenciamento de aproximadamente 200 reais, representa uma carga financeira significativa para os motoristas.

Luiz Paulo comparou a situação do Rio de Janeiro com outros estados, destacando que em Minas Gerais a taxa de emissão é menor e que em São Paulo e Espírito Santo não há cobrança da taxa de emissão do CLRV. “O Rio de Janeiro, para garfar o bolso do consumidor, é ligeiro”, declarou.

O deputado apresentou dados indicando que, com cerca de cinco milhões de automóveis licenciados no estado, a arrecadação potencial do Detran com essas taxas pode chegar a 400 milhões de reais. Ele concluiu argumentando que a maioria desses recursos é extraída de cidadãos que dependem de seus veículos para trabalho e sustento.

“A luta para defender os direitos e o bolso dos motoristas do Estado do Rio de Janeiro continua”, afirmou Luiz Paulo, encerrando seu discurso com a promessa de persistir na busca por justiça contra as cobranças que considera abusivas. Luiz Paulo concluiu reafirmando seu compromisso com a causa dos motoristas fluminenses.

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