Sra. presidente, deputada Tia Ju, senhoras e senhores telespectadores da TV Alerj, senhor intérprete da linguagem de libras, que leva a nossa voz aos deficientes auditivos, boa tarde.
A tragédia do Jacarezinho
Sempre lastimo, quando existe operação policial e dezenas de pessoas são vitimadas, quer sejam pessoas da comunidade, quer sejam bandidos, quer sejam policiais, porque não está decretada corretamente a pena de morte no Brasil. Se é bandido, a prioridade é prendê-lo para levá-lo a julgamento. Se é gente da comunidade, morreu um inocente. Se é um policial, duro, triste, porque morreu agente da lei, que deveria ser respeitado.
É lastimar o ocorrido no Jacarezinho, porque já se somam 22 mortes. Uma tristeza, o meu pesar por ainda estarmos muito longe de uma sociedade de paz, até porque, quando olhamos para a televisão, a cada dia, se vê a miséria da guerra pululando por diversos países, principalmente na Ucrânia, que foi brutalmente invadida pela Rússia. É a tristeza dos tempos que estamos vivendo.
Precisamos de uma sociedade de paz
Ninguém tem a ganhar com isso, nem os ditos partidos de esquerda, como foi aqui afirmado, nem os próprios partidos de direita. Todos perdem, sem exceção. A sociedade plural, democrática, republicana é uma sociedade de paz e não uma sociedade de violência. E o que mais se vê é violência.
E vamos à incorporação da UEZO à UERJ
Fui um daqueles, não solitariamente, mas, com a deputada Lucinha, que nos insurgimos fortemente com aquela lei, que já foi sancionada e antes tramitou pela Alerj, que fez com que a Uezo, Universidade da Zona Oeste, fosse extinta e incorporada à Uerj, a nossa Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Acordos feitos sem publicidade antes da votação
Hoje, no jornal Extra, havia matéria dizendo que os funcionários, corpo docente, corpo funcional da Uerj estariam cobrando à reitoria equiparação do auxílio-alimentação e do auxílio-transporte com o que tinham os funcionários do corpo docente da Uezo.
Defesa dos funcionários é correto, mas as informações devem ser públicas
Estranhei, porque aqui na Alerj jamais soube desse acordo. É claro que é justo, e quero muito, que tudo aquilo que é dito, é pactuado, seja honrado em relação ao funcionalismo, principalmente ajuda alimentação e vale-transporte. O que acho estranho é que, no bojo da extinção de uma universidade, tenha havido esse tipo de acordo sem que isso tenha sido público.
Fui perguntado sobre isso: “O senhor é contra ou a favor?” Claro que sou a favor que se pague tudo aquilo que se deve ao conjunto dos funcionários da Uerj, mas sobre esse acordo jamais tive notícia. Mas fica assinalado, porque a cada dia a gente se surpreende com os acordos políticos que são feitos, acordos eleitorais, até para decidir um projeto de lei que, no tempo, vai fazer um mal imenso para a Zona Oeste do Estado do Rio de Janeiro. Refiro-me de Marechal Hermes a Santa Cruz, a Zona Oeste real, porque Barra da Tijuca não é Zona Oeste – Barra da Tijuca é Zona Sul; basta consultar os quatro pontos cardeais da nossa cidade do Rio de Janeiro e ver onde está o norte, o sul, o leste e o oeste.
O mal que a extinção da UEZO fez à Zona Oeste
A extinção da Uezo foi terrível para a Zona Oeste. Eu dizia à época que jamais iria levar para o meu currículo parlamentar ter alguma vez votado para extinguir uma universidade pública gratuita. Apesar de ter cometido muitos erros em votações, porque às vezes votamos com convicção e nos decepcionamos na frente.
E surge a cobrança de anuidade nas universidades públicas
Se hoje acessarmos as redes sociais, principalmente o Twitter, iremos verificar que há uma grande discussão em cima de um projeto de lei, que ia ser examinado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal que diria respeito à cobrança de anuidade nas universidades públicas. Universidade pública tem que ser, como o nome já diz, gratuita e universal, com acesso a todos, principalmente aqueles menos favorecidos.
A UEZO e a prioridade dos candidatos de lá perdeu-se
E a Uezo na zona oeste visava, exatamente nesses processos de seleção de universidades, a prioridade que teriam os concursados de lá. Quando se incorpora a Uezo à Uerj, a Uezo passa a entrar no concurso da Uerj, amplo geral e irrestrito. Por via de consequência, o povo da zona oeste, que tinha a Uezo, perde competição e, se quer fazer curso universitário, terá que fazê-lo em universidade privada. Trabalhar 10, 12 horas por dia para conseguir juntar algum dinheirinho, quando dá, para pagar seus estudos.
Falta de transparência nos atos públicos
Aguardei pacientemente o expediente final, para fazer essa anotação, porque, quando essa matéria foi votada, sem essa notícia que saiu hoje no jornal Extra, votamos com informações a que não tivemos acesso; e, se não sabíamos, não foi cumprido o Artigo 37 da Constituição Federal, que pede transparência nos atos públicos.