Foi instaurada na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) nesta terça-feira, 04/10, uma comissão especial para estudar e acompanhar as obras de investimento do Complexo Portuário do Açu e seus impactos nos municípios vizinhos. Tendo como relator o deputado estadual Luiz Paulo (PSDB), a comissão acompanhará também a construção do corredor logístico.
O Porto do Açu é uma obra realizada pela empresa de logística do empresário Eike Batista, a LLX – em São João da Barra, no Norte Fluminense do estado do Rio de Janeiro. Segundo o empresário, a prioridade das ações no Porto do Açu serão da indústria do petróleo. Se as previsões se confirmarem, o Porto do Açu se tornará o terceiro maior do mundo, atrás apenas do porto de Cingapura e do porto de Xangai, na China. Ainda segundo Eike, as indústrias que se instalarem no local poderão atender de forma competitiva estaleiros localizados em outras partes do País.
No total serão investidos R$ 3,4 bilhões no Complexo Portuário Privativo de Uso Misto do Superporto do Açu, sendo R$ 1 bilhão pela LLX Minas-Rio (responsável pela implantação do terminal portuário dedicado ao minério de ferro) e R$ 2,4 bilhões pela LLX Açu (responsável pela operação das demais cargas como produtos siderúrgicos, petróleo, carvão, granito, escória, ferro gusa e carga geral).
Com construção iniciada em outubro de 2007 e área total de 130 km² (sendo 40 km² destinados para área de preservação ambiental), o Superporto do Açu terá profundidade inicial de 21 metros (com expansão para 25 metros) e capacidade para receber navios de grande porte. Atualmente, somente 7% dos portos brasileiros possuem capacidade para receber navios capesize.
O Superporto do Açu contará com dois conjuntos de terminais: o TX1, correspondente aos terminais offshore com uma ponte de acesso com 3 quilômetros de extensão (já concluída), e o TX2, com terminais em torno do canal interno de navegação. O TX1 contará com 9 berços dedicados a minério de ferro e petróleo. Já o TX2 terá mais de 13 mil metros de cais e largura de 300 metros, e contemplará mais de 30 berços para granéis sólidos como produtos siderúrgicos, carvão, ferro gusa, escória e granito, além de granéis líquidos, carga geral e veículos.
Problemas a vista:
As obras de construção do Superporto do Açu vêm enfrentando resistência de parte da população. Em março deste ano produtores rurais do distrito de Cajueiro, no município de São João da Barra, fecharam as estradas de acesso com carroças, madeiras e animais. Caminhões que estavam levando materiais para as obras foram retidos nas barreiras e os funcionários da construção não conseguiram chegar ao canteiro de obras. Entre as reclamações estão a maneira em que as desapropriações têm sido feitas.