Cobrar da União que trate estados federados com equidade, por Luiz Paulo

Cobrar da União que trate estados federados com equidade, por Luiz Paulo

Cobrar da União que trate estados federados com equidade, por Luiz Paulo

 

Sr. presidente, em exercício no expediente inicial, deputado Val Ceasa, cumprimento-o pelo seu aniversário. Quero cumprimentar, também, as senhoras e senhores telespectadores da TV Alerj, a senhora intérprete da língua de Libras, que leva a nossa voz aos deficientes auditivos.

 

Apresentação do 1º episódio da história oral do parlamento fluminense

Ainda há pouco, aqui no plenário, presidido pelo deputado Pedro Brazão, nosso 1º vice-presidente, tivemos duas horas de evento importante: a apresentação do 1° episódio da história oral do parlamento fluminense. Aqui estiveram deputados atuais e mais antigos, que ajudaram e ajudam a construir a história do parlamento fluminense. 

 

A conclusão do Plano Estratégico de Desenvolvimento Econômico e Social do RJ

Esta semana tem sido muito intensa. Logo na sua abertura, tivemos a audiência pública conjunta da Comissão de Orçamento, presidida pelo deputado André Corrêa, com a Comissão de Tributação, presidida pelo deputado Arthur Monteiro, com a presença do secretário de planejamento, Nelson Rocha e sua equipe, para apresentar o robusto trabalho inicial do que poderá ser aprovado aqui pelo parlamento, possivelmente em setembro, quando se concluirá, o Plano Estratégico de Desenvolvimento Econômico e Social do Estado. Esse Plano sustentará os planos plurianuais e, por via de consequência, as LDOs e LOAs, definindo grandes eixos, grandes diretrizes pelos quais o Estado do Rio de Janeiro possa desenvolver-se econômica e socialmente.

 

Audiência pública para discutir finanças públicas para 2024, 2025 e 2026

Um dia depois, houve a apresentação do Projeto de Lei das Diretrizes Orçamentárias – LDO – em audiência pública presidida pela Comissão de Orçamento, onde se discutiu as perspectivas das finanças públicas para 2024, 2025 e 2026.

 

Complexo Industrial da Saúde

Hoje, nova audiência pública, às 10h, no auditório, presidida pela deputada  Célia Jordão e pelo deputado Anderson. Nela foi apresentado o que chamo uma das vertentes do futuro desenvolvimento econômico deste Estado, que é o Complexo Industrial da Saúde, com palestra do ex-Ministro Temporão. 

 

Esperança para o futuro, mas despesas superiores à receita

Foi, portanto, uma semana que nos encheu de esperança para o futuro, mas, ao mesmo tempo, trouxe dura realidade para os próximos três anos, onde há possibilidade de as despesas serem superiores à receita. Devido a isso,  insistirei muito neste tema. Há uma questão central: o Parlamento Fluminense precisa se unir ao Poder Executivo e exigir, em conjunto com as outras unidades federativas, principalmente os estados do Sul, pois não é possível estarem pagando de serviço da dívida à União e o IPCA com mais 4% de juros. Isto já vem acontecendo desde 1º de janeiro de 2013. Portanto, passou por muitos governos. O Estado, em 2017, quando entrou no Regime de Recuperação Fiscal, se submeteu a essa ignomínia de ser espoliado pela União, porque são juros de agiotagem. Não podemos concordar com isso.

 

Juros escorchantes e inaceitáveis

Ontem, e está repercutindo no noticiário, o Banco Central manteve a taxa Selic em 13,75%, que é a inflação mais juros. Se a inflação deste ano for 5,75%, e isso é possível, com uma taxa Selic de 13,75 %, o Brasil está pagando um juro real de 9 %. O que diz o presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva, com o aval do ministro da economia, Haddad? São juros escorchantes e inaceitáveis que não permitem que o Brasil cresça. Concordo com o presidente da república, como também concordo com o ministro Haddad que 13,75 % são juros para ninguém colocar defeito. Se a inflação neste ano for 5,75, se estamos pagando o IPCA mais 4, se isso fosse uma taxa Selic, estaríamos pagando taxa Selic de 10 %. Se 13,75 é escorchante, 10 também o é. Só depende do Presidente da República e do Ministro da Economia baixar esse juro que cobra das unidades federadas. E só vai baixar se for duramente cobrado pelo Poder Executivo e pelo Poder Legislativo fluminense e das outras unidades federadas, principalmente do Sul e Sudeste, isto é, do Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Paraná,  Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

 

Submissão dos estados à União

Não é admissível que nossas finanças públicas estejam desestruturadas, que estejamos submissos à União com o Regime de Recuperação Fiscal rompendo o pacto federativo. E a “benesse”, entre aspas, que a União nos concede é que nós retardemos o pagamento da dívida. E, quando o estado vacila em qualquer coisa, a ameaça que vem é cobrar a dívida deste período toda de uma vez só.

 

União tem que trabalhar em comum acordo com os estados federados

Desde quando, na República Federativa do Brasil, cabe à União coagir ou ameaçar os estados federados? Sendo assim, não é República Federativa, é república unitária. Mas não é o que diz a Constituição no seu art. 1º, da Constituição Federal de 1988, a Constituição Cidadã: diz que somos a República Federativa do Brasil. Portanto, a União tem que trabalhar em comum acordo com os estados federados e não sob chicote, sob ameaça, espoliando estados. Quem arrecada são os estados e quem fica com a parte do leão é a União. E a parte do leão não é só no imposto de renda, é na arrecadação inteira do nosso país. De tudo que se arrecada no Estado do Rio de Janeiro, somente em torno de 10% que a União arrecada do Estado é que retornam. Noventa por cento vão para os cofres públicos federais.

 

O Rio de Janeiro não é beneficiado pelos  royalties

Quando lemos na política de royalties que o Estado do Rio de Janeiro é muito beneficiado, vem a pergunta: é beneficiado como? Queria aqui dizer que o royalty e a participação especial, tem 10% distribuídos pelos municípios produtores; 40% são para o Estado do Rio de Janeiro; e 50%, a maior parte, é da União.

 

O Rio de Janeiro não pode voltar à falência das finanças públicas

Portanto, vou insistir e seguidamente falar sobre esse tema, porque não quero, não desejo e lutarei muito, para que as finanças públicas do Estado do Rio de Janeiro não atinjam novamente os patamares que atingiram em 2015 e 2016, quando este estado passou por período de grande miséria, sem dinheiro para pagar o funcionalismo, a Assembleia Legislativa cercada, um dia sim outro não, tiro, porrada e bomba. Vivi isso tudo e não quero que ocorra mais.

 

Precisamos nos rebelar e cobrar da União que trate os estados federados com equidade, com respeito e de forma federativa e republicana.

 

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