Sra. presidente, deputada Célia Jordão, srs. e sras. deputadas, que ainda resistem bravamente em plenário, a pauta de hoje foi muito densa, com projetos importantes e, muitas vezes, difíceis de enfrentar pelo seu tamanho, sua profundidade e importância. Só de benefícios fiscais temos quatro projetos sobre a indústria do papelão, a indústria química, a indústria de vidro e a indústria de plástico.
A indústria química sofre perdas no país e no nosso Estado muito consideráveis, a partir do que foi, por exemplo, a desestruturação inteira e o sofrimento do Estado com o Comperj que não aconteceu. O maior terrapleno do Brasil sem nenhuma utilidade que aumente renda, que aumente tributo, aumente PIB ou gere emprego para o Estado.
Mais uma mudança na Petrobrás
Ontem à noite, ao chegar em casa, assustei-me ao saber que mudou pela terceira vez, em não mais do que 90 dias, o presidente da Petrobras. Se troca mais presidente da Petrobras do que substituição em jogo de clube de futebol. Ou as escolhas são muito malfeitas ou tem algo errado no Reino da Dinamarca, como diz o provérbio popular.
Os aumentos dos combustíveis
A Petrobras, com o aval do presidente da república, porque a União é o acionista majoritário, continua a repassar para os preços dos combustíveis, em especial o diesel, a gasolina e o GNV, os aumentos de preços das commodities internacionais, lembrando que o nosso gás natural não é commodity. Tanto não é commodity que 60% desse gás que é extraído é reinjetado. No entanto, trata-se o gás, também, como se commodity fosse.
Os reajustes afetam os preços e a população
Esses reajustes de preços dos combustíveis, incluindo o nosso GNV, gás natural veicular, afeta, basicamente, os custos de transporte, que, por sua vez, afeta o preço do produto ao consumidor final. Com isso, alimenta a inflação, o poder de renda da população fluminense fica estagnado. O salário-mínimo regional, desde 2019, não é reajustado, mas a inflação, principalmente nos produtos alimentícios, não para de crescer.
Solução de governo é trocar presidente da Petrobrás
O governo acha que, politicamente, a solução é exonerar e nomear presidente na Petrobras, para se argumentar junto ao grande público – Eu quero resolver. Mas os presidentes da Petrobras nada resolvem. Isto é tratar a todos nós, cidadãos fluminenses e brasileiros, como se não enxergássemos a realidade. Tudo é um mero jogo.
Privatização da Petrobrás volta à pauta
Com isso, também se prejudica a Petrobras. Aproveita-se para trazer uma outra discussão|: a privatização da Petrobras. Pior a emenda do que o soneto. Não irão privatizar a Petrobras, que é patrimônio do povo brasileiro, porque só fará agravar esse problema do preço dos combustíveis. Isto não é solução! A população sempre tem um senso de preservar as políticas públicas.
O que fala à população é o bolso
Neste período pré-eleitoral que vivemos, porque só depois do dia 16 de agosto abre o período eleitoral, estamos aproximadamente a 125/126 dias das eleições, que será no dia 2 de outubro, o que mais fala à população, principalmente eleições majoritárias e, principalmente, de presidente da república, é a economia, é o bolso, e o bolso do cidadão vai muito mal.
Nova ordem econômica mundial
Quem invade outro país já perdeu qualquer possibilidade de ter aceite humanitário sobre isso, e a Rússia invadiu a Ucrânia. E o que vai ter que ser construído a posteriori? Até porque essa guerra um dia tem que parar. Teremos uma nova ordem econômica mundial. Então, observe-se que tempos – só estou me referindo à ordem econômica – conturbados vivemos!
Nas eleições presidenciais, existem dois temas da maior relevância: um é a preservação do Estado Democrático de Direito, o que é fundamental; e o outro é o bolso do cidadão, é a economia.
Outras pautas são importantes? Até são, mas o foco central é esse. E o que tem acontecido é desvio de atenção para lá e para cá para ninguém focar nas questões centrais: a preservação do estado democrático de direito e, evidentemente, uma proposta concreta de soerguimento econômico do nosso país.
Pseudodebates ideológicos encobrem as discussões necessárias
Mas estamos longe disso. Todos os dias aqui vemos pseudodebates ideológicos, porque o tema central não se discute. Já cogitei disso aqui diversas vezes. Quero ouvir os grandes tribunos chegarem a este local em que estou – e eu ficar ali pedindo aparte – e justificarem por que a Rússia invadiu a Ucrânia, como isso afeta a ordem econômica mundial, qual é o efeito disso sobre a economia brasileira. Não vejo isso. Vejo confronto de assuntos quase fúteis, no fundo, ofensivos e cada um discursando para os seus próprios eleitores. É um grande desafio trazermos esses temas de relevância.
O que faz o governador?
O governador está fazendo o que de concreto para construir uma nova ordem econômica e social nesse estado? Será que reformar praças públicas – atribuição municipal -, pavimentar logradouros públicos – atribuição municipal -, fazer a iluminação pública – atribuição municipal, isso é a competência maior do estado? É isso que vai reestabelecer uma nova ordem econômica e social? Seguramente não. Mas isso é o Pacto RJ, um pacto de todos unidos, ou parte do todo unido, somente em nome de um processo eleitoral.
