A juíza Patricia Acioli, que foi assassinada em uma emboscada com 21 tiros na madrugada da última a sexta-feira (12), na porta de casa, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, reascendeu o debate sobre o poder das milícias no Rio de Janeiro e a importância de julgar processos que envolvam estes policiais que agem como bandidos.
Patrícia, enquanto juíza criminal de São Gonçalo, foi a responsável por mandar para a prisão 60 policiais. Ela era um dos nomes mais respeitados dentro da corporação exatamente por sempre abordar as denúncias de maneira profunda, sem temer por estar investigando e mandando para a prisão policiais que tiveram desvios de conduta e envolvimentos com assassinatos e formação de quadrilhas especializadas em adulteração de combustíveis, em transportes alternativos, entre outros.
Investigações dão conta de que também estariam sendo ameaçados um juiz federal de Niterói e um parlamentar da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), que é presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o desvio de armas e munições no estado do Rio de Janeiro.
“Isso é um atentado contra o estado democrático de direito, contra os poderes constitucionalmente instituídos e que precisa de pronta resposta do sistema de segurança pública do nosso Estado para que esses criminosos sejam rapidamente presos e respondam por seus crimes. E que sejam presos os mandantes e os executores. E se os mandantes já estiverem presos, como aqui diz a notícia, que se agravem suas respectivas penas” defendeu o deputado Luiz Paulo (PSDB).
Na semana anterior ao seu assassinato a Juíza esteve na corregedoria da Polícia Militar onde teria contado que estava sendo ameaçada por policiais do 7º BPM de São Gonçalo e do 12º BPM de Niterói.
Para Luiz Paulo, denúncias desse tipo devem ser investigadas com rigor. Para o parlamentar, o Serviço de Inteligência deve trabalhar de maneira eficaz para que os responsáveis sejam julgados e condenados. Não somente aqueles que participaram da morte da juíza, como também aqueles que tenham seus nomes envolvidos em processos que ainda seriam julgados por Patrícia, para enfraquecer os grupos e para que novas ameaças, como as recebidas por Marcelo Freixo, não sejam concretizadas.
“Isso não pode ficar só em mais uma denúncia. Isso requer uma ação do Serviço de Inteligência da Secretaria de Segurança, para prisão de todos esses executores, volto a dizer, ou agravamento da pena daqueles que já estejam presos. E repito: concluir, com a máxima rapidez, todos os processos que estavam para ser julgados pela juíza Patrícia” cobrou Luiz Paulo, que completou, “Ficam o meu protesto, o meu inconformismo e a minha cobrança para que tudo isso seja desvendado o mais rápido possível”.