As sessões da Assembleia Legislativa do Rio vão ganhar um novo endereço. O presidente da Casa, deputado Paulo Melo (PMDB), assinou esta semana o termo de cessão de um terreno do governo do estado na Avenida Presidente Vargas, na Praça Onze, para a construção de uma nova sede para o parlamento. Segundo Melo, o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) será contratado para realizar um concurso e escolher o melhor projeto para a nova sede. Ele afirma ainda que o projeto será totalmente custeado pela Alerj.
— Ainda não temos valores, mas a proposta é custear o projeto integralmente com os recursos da Assembleia. O projeto será escolhido através de um concurso e nós só fazemos questão de que seja um prédio inteligente, sustentável — disse Melo nesta sexta-feira.
A mudança, cujo projeto é antigo, foi anunciada no plenário na quinta-feira pelo parlamentar.
— A Presidência acaba de assinar o termo de cessão de terreno de seis mil e quinhentos metros quadrados para que possamos desenvolver um projeto. Quero pedir inclusive ao Deputado Samuel Malafaia e ao Deputado Luiz Paulo, que é do ramo, para que depois, junto com o Diretor-Geral, possamos estudar a construção da nova sede do Legislativo Fluminense —anunciou.
Segundo o Melo, o terreno fica ao lado do Juizado de Menores, na Praça Onze, onde hoje funciona um depósito de veículos da prefeitura, em frente ao antigo prédio da Telemar.
A mudança da sede do parlamento é uma reivindicação antiga dos parlamentares, uma vez que o Palácio Tiradentes, onde acontecem as sessões plenárias, é tombado e tem uma série de limitações para receber obras de modernização. Além disso, o prédio anexo, onde ficam os gabinetes dos deputados, bem em frente à Praça Quinze, sofre de graves problemas de infraestrutura. Segundo Melo, se a Alerj já estivesse num prédio novo, a economia seria de aproximadamente R$6 milhões por ano.
Nas propostas apresentadas nos últimos anos, foram cogitados lugares como o prédio da Bolsa de Valores do Rio, na própria Praça Quinze, e uma área na Zona Portuária. O deputado Luiz Paulo Correa (PSDB), que foi contrário à mudança para a Zona Portuária, viu o anúncio com bons olhos.
— A assembleia é uma casa moderadora de conflitos e não pode ser retirada da área urbana, do centro de negociação. Mas esse novo local parece ser bem localizado. O Palácio Tiradentes, que é tombado, tem realmente uma série de limitações para se adequar à necessidade do parlamento. E, além disso, o corredor cultural do Rio precisa de estímulos. O palácio pode se tornar um museu ou centro de visitações, uma vez que tem todo um caráter histórico. De qualquer forma, isso não vai acontecer da noite para o dia e teremos muito tempo para discutir a proposta — disse Luiz Paulo.
Paulo Melo disse ainda que vem discutindo com o Prefeito Eduardo Paes o restauro do Palácio Tiradentes, que é tombado, para que ele se transforme em um museu ou uma área de visitação pública. Assim que a nova sede ficar pronta, segundo ele, o prédio anexo será devolvido ao município e deve ser demolido, integrando a área ao projeto da nova Praça Quinze sem o viaduto da Perimetral.
Fonte: Jornal O Globo