Sra. presidente, deputada Tia Ju, é bastante oportuno termos votado em 1ª discussão e aprovado o projeto de lei da deputada Mônica Francisco, que propôs a inclusão no currículo, de forma transversal, da educação ambiental, e eu gostaria de fazer uma reflexão exatamente sobre este tema.
O Baobá, sua história e características
Sou profundo admirador das árvores que existem no Brasil e no mundo, seja a espécime exótica ou a espécime endógena. Uma das árvores que admiro é o baobá. Baobá, que inspirou a obra do escritor francês Saint-Exupéry, muito lembrado por todos, o Pequeno Príncipe. Em períodos passados, sempre que se perguntava a alguém um livro que tinha lido, essa pessoa, que em geral não tinha lido quase nada, dizia assim: O Pequeno Príncipe. E aquela árvore simbólica de O Pequeno Príncipe era o baobá, árvore africana que tem um potencial imenso de armazenar água.
O Baobá no Rio
A beleza dessa árvore é o diâmetro do seu tronco. Já vi foto de um baobá que, para abraçá-lo, eram necessários nove homens. Aqui em nosso estado, há um belo baobá, na Ilha de Paquetá, chamado “Mãe d’água”. Há um conjunto de baobás plantados no Campo de Santana; outro conjunto plantado no Passeio Público; um baobá, por incrível que pareça, na orla da Lagoa Rodrigo de Freitas, em frente à Hípica, e no nosso querido Jardim Botânico mais um solitário baobá. Isso aqui na cidade do Rio de Janeiro. Saindo do Rio há muitos outros. Mas estou citando aqui o baobá, porque, este ano, foi tema do samba enredo da Portela.
O Baobá e sua história
E o baobá para atingir o auge da sua maturidade leva mil anos. É árvore longeva, por isso faz parte da própria mitologia africana. No nosso Brasil, cujo nome deriva de outra árvore que dava em abundância na Região Amazônica – espalhando-se pela sua querida Bahia também – que era o pau-brasil, objeto de cobiça e corte pela capacidade de extrair tinta de suas cascas.
E vamos ao Ipê e suas cores
Mas a árvore que mais representa o nosso país, e não há quem não a admire, é o ipê, com a sua gama de cores: o ipê rosa, que é o mais popular; o ipê roxo; o ipê branco; o ipê verde, que é mais raro. O ipê é árvore que tem um simbolismo. Além de estético – porque a floração é inigualável, caem todas as folhas e só fica a floração – tem um outro pendor muito interessante, porque quanto mais dura é a seca – porque a floração dele é no inverno -, mais se abre em flores. Uma vez li que o ipê, quanto mais estressado fica, mais se abre em flores. Até essa riqueza poética tem.
As queimadas acabam com o ecossistema
Com as queimadas, a grande maioria propositais, uma árvore de mil anos se acaba em poucas horas. Um ipê em floração, com apenas 30 anos, também acaba da noite para o dia. Acabando a vegetação, acabam os ecossistemas. E acabando os ecossistemas, os desequilíbrios climáticos são cada vez mais intensos.
Preservar o meio ambiente é preservar a vida
E o mais duro nisso tudo é que, em matéria de clima, de preservação ambiental, ninguém poderia ter dúvida de que preservar o meio ambiente é preservar a própria vida. Foi aqui citada a Bíblia, sobre a harmonia ambiental que tem que existir. Não tem nada na Bíblia que não seja de imensa sabedoria. Se essa harmonia é quebrada, a própria vida fica ameaçada. E nós, seres humanos, fazemos parte desse ecossistema.
O desrespeito continuado como tem acontecido ao meio ambiente vai proporcionar, como já está proporcionando, muito sofrimento para todos, porque a natureza, quando o homem deixar de agredi-la, se recupera.
A era dos dinossauros e a recuperação ambiental
Ao se voltar ao passado e se chegar à era dos dinossauros, há diversas simulações científicas, cinematográficas que mostram que parte da Terra foi duramente atingida e depois se recuperou integralmente nos milhares de anos. Muitas vezes, principalmente na nossa Região Serrana, vemos o fogo, espontâneo ou provocado, devastar, queimar grandes regiões. Cinco, seis anos depois, está tudo verde de novo. A natureza tem a capacidade de se recriar, mas o ser humano nem tanto.
A Rio 92
Quero chamar a atenção sobre essas questões climáticas, porque quando abrigamos a Rio 92, o maior congresso mundial de meio ambiente na cidade do Rio de Janeiro, no Rio Centro, que contou com a presença de mais de 100 chefes de estado, naquele momento, lá se vão 30 anos, todos já diziam que, em matéria ambiental, somos passageiros do mesmo barco: ou nos salvamos juntos ou feneceremos também juntos. Este é um grande alerta: 30 anos se passaram e as condições ambientais hoje são muito, muito piores do que já foram há 30 anos.
Questão ambiental é essencial no debate presidencial
O projeto apresentado é, portanto, oportuno; o tema é importantíssimo. Não é só tema do debate presidencial. É um tema obrigatório no debate presidencial, porque tudo o que está acontecendo na Região Amazônica e no Pantanal, é um tema obrigatório de discussão dos senhores candidatos a governador. Observe-se o pequeno resíduo de Mata Atlântica que temos ainda no nosso estado e que precisa ser preservado; a questão do saneamento ambiental. É tema obrigatório dos parlamentos que têm a função constitucional de fiscalizar as ações do poder executivo.