Sra. presidente, deputada Tia Ju, sras. e srs. telespectadores da TV Alerj, sras. e srs. deputados que nos assistem de forma remota e presencial, em especial a deputada Dani Monteiro, que retorna aos trabalhos totalmente recuperada e já pronta para enfrentar aqui a labuta na Alerj, mas também a luta no processo de reeleição, e tenho certeza de que terá êxito.
A polarização da eleição presidencial e a consequente violência
Quero constatar um fato nestas eleições que merece registro por ter a ver com o tema da violência que foi aqui, anteriormente, citado. Estamos a quatro dias das eleições e não tenho nenhuma pesquisa de opinião, mas suponho, pela experiência e por tudo que li sobre o assunto, que 50% dos eleitores ainda não escolheram seus candidatos, principalmente a deputado estadual. Por que isso? Pela polarização da campanha presidencial, pelo ódio, pela violência, desatinos, agressividade que tem havido nessa campanha entre os polos que a disputam que, praticamente, alijaram do processo eleitoral outras candidaturas presidenciais, encaminhando para que se tenha a decisão de segundo turno em primeiro turno.
A polarização também atinge os outros cargos na disputa
Isso, evidentemente, embotou as outras candidaturas colocadas de senador, de deputado federal e, principalmente, de deputado estadual. Como a escolha dos chefes do executivo tem muito mais relevância que a escolha dos parlamentos, o que, basicamente, contraria os ditames da nossa Carta Magna, visto que a República Federativa do Brasil é composta de três poderes que devem ser independentes e harmônicos entre si. E esses poderes inscritos na Carta de 1988 são os poderes executivo, legislativo e judiciário, apesar de sabermos que existem outros poderes reais constituídos, como o Ministério Público, a Defensoria Pública e como o Tribunal de Contas.
Importância das eleições para todos os cargos
As eleições gerais do país definem data única para se escolher, concomitantemente, aqueles que vão compor os poderes executivo e legislativo, então, a importância das eleições perpassa todos os votos sem exceção.
Só existem o campo progressista e o campo conservador
Infelizmente, há uma incompreensão de muitos querendo entender o processo político-eleitoral e em querer carimbar e estigmatizar com rótulos as diversas candidaturas, quando, na verdade, em nosso país, existem dois campos: o campo progressista e o campo conservador. Evidentemente, nesses dois campos existem matizes ideológicas distintos.
É impossível querer compreender o processo político-eleitoral e até lincá-lo àquilo que é mais fundamental, achando que há trinta matizes diferentes no nosso estado, compreendendo o mar de siglas partidárias existentes. Até eu, que sou parlamentar há algum tempo, às vezes me surpreendo com uma nova sigla.
Eleições são decididas pela vontade da população
Para mim, está cada vez mais claro que só existem dois campos: o campo progressista e o campo conservador. Eu, pela minha história de vida, por meu pensamento político, embasamento, de muito optei por estar no campo progressista e o progressista é aquele que defende o estado democrático de direito, que defende o estado de bem-estar social. E o estado democrático de direito, o estado de bem-estar social, não admite que eleições sejam decididas com tiro, porrada e bomba. Eleições têm que ser decididas pela vontade soberana da população. É isso o que nos ensina a Carta Constitucional. Ganhar ou perder uma eleição faz parte do processo democrático e, na grande imensa maioria das vezes, as escolhas populares estão embasadas em razão que muitos políticos desconhecem. Essa vontade popular há que ser sempre respeitada e é isso o que desejamos no dia 2 de outubro vindouro.
O risco de tangenciar o limite do desrespeito aos direitos humanos
Ouvi aqui relatos do deputado Waldeck Carneiro, em Angra dos Reis, o relato da deputada Dani Monteiro, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, mostrando que estamos tangenciando o limite do desrespeito aos direitos humanos, à cidadania e do desrespeito àquilo que é mais importante, a vontade popular de se poder escolher os candidatos de forma consciente e livre. Por isso, quis trazer aqui este depoimento em defesa intransigente do estado democrático de direito.