por Luiz Paulo
Os principais dirigentes de nosso país vivem uma grave crise esquizofrênica. Não sei se psicanalistas, psiquiatras e psicólogos conseguiriam resolvê-la. Essa crise também se respalda em populismo, demagogia, atos inexplicáveis em busca do aplauso de alguns, mas também do voto.
Neste final de semana, essas polarizações voltaram de forma terrível a mostrar suas faces. Na União, aqueles que compõem mais de perto o grupo bolsonarista fizeram rodar na internet vídeo produzido da luta entre um leão e muitas hienas. O leão seria o forte e majestoso presidente da república e as hienas seriam todos aqueles que discordam do mesmo. E aí as hienas tinham nomes, placas nos seus pescoços: CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil -, CUT, PT, OAB, PSDB, STF, órgãos de imprensa, entre outros. Enfim, todos aqueles que o presidente considera como adversários do leão vigoroso, que se rendeu à força da alcateia de hienas. E acabou salvo pela leoa que veio em seu socorro. Como pode uma fábula de tanta perversidade e mau gosto ser utilizada por pessoas do entorno do presidente da república?
Chegamos no Rio de Janeiro e vemos o prefeito Marcelo Crivella, num ato de violência extrema, depredar o futuro patrimônio público a título do pedágio não ser mais cobrado. Mas o pedágio teve garantida a cobrança por uma medida liminar no mesmo dia. Com multa de 100 mil reais dos cofres da prefeitura pelo pedágio não estar funcionando. Que péssimo exemplo!
E é claro que agradou a um segmento da população. Alguém gosta de pagar pedágio? Claro que não. Alguém gosta de concessionária de serviço público? Não. Alguém gosta de empreiteira? Principalmente depois da Lava-Jato foram para o ralo. Mas não é por causa disso que o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, uma das três mais importantes capitais do nosso país, pode cumprir papel tão negativo num momento em que a economia começa a querer respirar um pouquinho. Dá um péssimo exemplo para investidores. Por quê? Qual é a base do investimento? A segurança jurídica. E segurança jurídica você discute e decide onde? No Poder Judiciário. E não na marra, e não com tiro, porrada e bomba. Que é o discurso hoje dominante no Brasil. O prefeito Crivella entrou no mesmo discurso do governador Wilson e do presidente da república. Todos irmanados pelo mesmo ideário da agressividade e violência. Quando deveriam ter o ideário da conversa, do diálogo, da paz, do entendimento, o de fazer juntos. Mas parece que o ideário do equilíbrio não dá mais voto. O que dá voto é o antagonismo, principalmente o antagonismo desvairado.
Por isso, prefiro dizer que está todo mundo doente, com doença psíquica grave. Precisam todos de tratamento e deixar de lado, de uma vez por todas, esse discurso preconceituoso e agressivo que tem dominado a política. Quando é do interesse dos mesmos, acabam utilizando formas violentas e menores para decidir questões. Isso não é para pessoas públicas. Que receberam delegação de parcelas da população para governar, representar e levar adiante políticas públicas que melhorem a vida de todos.