Luiz Paulo destaca a importância da participação popular no processo eleitoral

Luiz Paulo destaca a importância da participação popular no processo eleitoral

Neste 2º turno, quando se apresentam apenas duas candidaturas, evidencia-se a imensa participação popular. Encontramos um Brasil absolutamente dividido por suas paixões, uma é o Muda Brasil, a outra é a continuidade.

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Leia o discurso do deputado Luiz Paulo no expediente final da Alerj em 23/10/14:

“Sr. Presidente em exercício, Deputado André Ceciliano, Srs. Deputados presentes, hoje estamos no Expediente Final da última Sessão antes do dia 26 de outubro, quando escolheremos o novo Presidente da República. Assinalo – não me vanglorio solitariamente dessa posição, sou solidário com muitos outros, entre eles o Deputado Paulo Ramos – que atravessamos quatro longos meses de campanha. Dos Deputados que estão aqui neste momento – Paulo Ramos, Luiz Martins, Márcio Pacheco, Wagner Montes, Marcelo Freixo, V. Exa. –, todos foram reeleitos.

Friso que conseguimos ser eleitos, uns com muitos votos, outros com nem tanto, trabalhando nesta Casa os quatro últimos meses eleitorais, sem faltar um único dia, provando a tese que eu levantei aqui no primeiro mês de campanha: é possível o exercício pleno do mandato, a campanha política, partidária e eleitoral e a nossa eleição. Isso está comprovado, acabando com o mito de que Deputado para conseguir voto não tem que cumprir o seu mandato à risca, tem de estar única e exclusivamente cuidando da campanha.

Chamo atenção para isso porque, além de termos nos dedicado aos nossos mandatos e aos 90 dias de campanha em que nós estivemos submetendo os nossos nomes à população, tivemos quase 30 dias de segundo turno participando também, cotidianamente, dos horários compatíveis com o nosso trabalho aqui na Casa. Queria deixar este registro.

Sr. Presidente, independente de qual seja o resultado na noite de domingo, eu, particularmente, fiquei muito triste com essa campanha no 1º turno porque as eleições proporcionais não foram vistas pelos eleitores como algo verdadeiramente relevante; foram tratadas, de certa forma, secundariamente. Talvez nos últimos três ou quatro dias antes das eleições é que o eleitor tenha despertado mais decisivamente para as eleições proporcionais – até porque tem um vício eleitoral fortíssimo, que é o excesso de oferta: dois mil candidatos para 70 vagas. Neste 2º turno, quando se apresentam apenas duas candidaturas, evidencia-se a imensa participação popular. Encontramos um Brasil absolutamente dividido por suas paixões, uma é o Muda Brasil, a outra é a continuidade – digo isso para mostrar que não estou utilizando este espaço pedindo voto para A ou B. A paixão tomou conta do eleitorado.

Na parte da manhã, Deputado André Ceciliano, eu estava em um debate no pátio da PUC, em que dois defendiam a candidatura do PSDB – eu e o Deputado Federal Otávio Leite – e dois defendiam a candidatura do PT – o filósofo Emir Sader e uma representante do PT Jovem chamada Clarisse. O local estava literalmente tomado e dividido, e todos os jovens ali com muita disposição, a ponto de ficar difícil ouvir o que estávamos dizendo, tal o clamor presente. Isso mostra que a juventude também – e isso é importante – tem uma participação fortíssima nesse pleito, e é importante porque quanto mais politizada for a juventude, melhor. A diversidade de opiniões é que fortalece o processo democrático. Neste sentido, essas eleições também estão tendo um transcurso muito rico e interessante, porque começa a aparecer novamente, de forma muito forte, no seio da juventude, o gosto pela política.

Como é típico de uma eleição em dois turnos, as coisas ficam maniqueístas muitas vezes, parece que a política só tem dois lados, e não que é multifacetada – e aí forças absolutamente heterogêneas se aliam a cada um dos lados. Ao mesmo tempo, esta é a característica do 2º turno: termos um Presidente da República que represente 50% + 1 dos eleitores que foram às urnas. No meu entendimento, no 2º turno aprova esse candidato que vira Presidente da República, e aprova por quê? Porque ele se respalda em 50% + 1 dos votos nas urnas.

Quero deixar claro, Sr. Presidente, que, apesar das fantásticas falhas dos institutos de pesquisa tão gritantes, que se dependesse dos institutos de pesquisa, o Senador Aécio Neves não estaria no segundo turno. Se dependesse dos institutos de pesquisa, o Senador Marcelo Crivella também não estaria no segundo turno. Institutos que são capazes de errar pesquisa boca de urna, depois que o eleitor já votou!

Mas mesmo apesar disso, sou defensor absoluto de que todos têm de ter a liberdade de desenvolverem os seus trabalhos, porque esses erros sucessivos não precisam ser combatidos com punições, porque serão esses institutos que perderão a credibilidade.

Ibope já foi sinônimo de instituto de pesquisa de opinião. Hoje, Ibope é um instituto como outro qualquer; que erra mais do que acerta.

Sr. Presidente, apesar disso, sou defensor de se ter liberdade para que tudo possa transparecer. E olha que estou fazendo aqui a defesa quando todos os institutos têm errado, pelo menos esses ditos mais importantes, contra nós.

Quero deixar essas reflexões por achá-las oportunas, mediante esse domingo que se aproxima e as próximas 48 horas, que serão as últimas 48 horas de reflexão do nosso povo para fazer as suas escolhas no segundo turno. Muito obrigado, Sr. Presidente.”

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