Vice-governador, secretário de Obras e da Casa Civil na gestão Marcello Alencar no Governo do Estado, de 1995 a 1998, o deputado estadual Luiz Paulo (PSDB) afirmou que o ex-governador “realmente deixou um legado para o Rio de Janeiro”, após a notícia do falecimento de Alencar, na madrugada desta terça-feira (10). Marcello Alencar tinha 88 anos e o velório será nesta quarta-feira, a partir das 9 horas, no Palácio da Cidade.
Luiz Paulo também foi secretário de Transportes e do Meio Ambiente quando Marcello Alencar foi prefeito do Rio, de 89 a 92. Juntos, implantaram o projeto urbanístico Rio-Orla, que remodelou os calçadões do Leme ao Recreio dos Bandeirantes, com a instalação de ciclovias. Á frente do Governo do Estado, Alencar e Luiz Paulo construíram a Via Light, que liga a capital ao município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e também ampliaram o sistema de Metrô, com estações da Linha 2 até a Pavuna e da Linha 1 até a Praça Cardeal Arcoverde, em Copacabana.
Luiz Paulo também lembrou da implementação das políticas econômicas que iniciaram o processo de revitalização da indústria fluminense e da diminuição dos índices de violência, como o de sequestros. “Ele pegou a prefeitura do Rio com estado de falência decretado pela gestão anterior, então teve uma competência muito grande como gestor para recuperar economicamente o município”, exalta.
Com mais de 20 anos de relacionamento, Luiz Paulo criou uma grande amizade com o ex-governador, destacando seu companheirismo e humanidade. “Era um carioca na sua essência, amigo dos seus amigos, brincalhão, gostava de contar piadas, apreciador da boa culinária e um lado que poucos conhecem, que é o de grande esportista”, comenta o deputado, lembrando que Marcello Alencar foi decacampeão de polo aquático pelo Flamengo, mesmo sendo torcedor apaixonado do Botafogo.
Luta pela democracia
Antes de chegar aos cargos no Executivo, Marcello Alencar foi suplente do senador Mário de Souza Martins pelo antigo estado da Guanabara e assumiu o mandato, pelo MDB, de setembro a dezembro de 1967, durante o regime militar. Foi um dos oito senadores cassados pelos militares, em 1969, após o Ato Institucional nº5. Com a Lei de Anistia, filiou-se ao recém-criado PDT e ao PSDB em 94. “Ele sempre comentava que a ditadura lhe roubou os 20 melhores da sua vida”, lembra.