É ao povo brasileiro que o Real pertence
Em 28 de fevereiro, o Real faz 20 anos. Dá orgulho ser tucano e saber que o PSDB, apostando alto na mobilização da população e na competência de seus economistas, debelou a inflação, que corroía salários e infernizava a vida do cidadão.
A criação da URV – Unidade Real de Valor -, origem do Real e aparentemente complexa, teve uma grande aceitação popular, porque dava à população a ideia de que tínhamos agora uma moeda com valor que caminhava junto ao dólar. O que poderia ser melhor? As coisas voltaram a ter um valor que não se alterava em algumas horas. Não era mais necessário correr ao supermercado para comprar tudo no mesmo momento em que se recebia o salário, que, não fosse isso, no dia seguinte compraria muito menos.
Para um jovem de hoje, o sentido da palavra carestia é difuso, mas para quem via seu dinheiro encolher rapidamente naquela época o sentido era trágico. Ministro da Fazenda do governo Itamar Franco, Fernando Henrique e sua equipe estão na origem da perda de sentido da palavra carestia. E isso não é pouco. A materialização da moeda virtual – URV – em moeda real foi a redenção de uma população submetida aos males da inflação. E fez com que nossos jovens de hoje não tivessem a necessidade de lidar com suas angústias e imprevisibilidade.
Na época, o PT resistiu à sua aprovação, mas os brasileiros a tomaram como sua. E é ao povo brasileiro que o Real pertence. Agora, é preciso que nossa população observe o risco que corremos com os gastos indiscriminados, com a máquina pública inchada, com a perda de credibilidade internacional. É a inflação que nos espreita e coloca em risco tudo que conseguimos. Foi dentro da mais perfeita legalidade que superamos aquele momento histórico de apreensão, mas hoje não é dentro da transparência e legalidade que tal vitória é ameaçada. Manobras contábeis e financiamentos ocultos, subsídios procuram dar a ilusão de que tudo permanece como antes. Mas não está. A inflação está novamente na pauta. E não precisaria estar. Bastava que o governo petista tivesse responsabilidade, trabalhasse mais, blefasse menos e não estivesse somente preocupado em manter seu projeto de poder, a qualquer preço.
Esse injusto preço será pago pela família brasileira, que vive o risco de voltar a um passado tenebroso do corre-corre aos supermercados, à insegurança sobre o futuro e à descrença generalizada.
É momento de mudança. É momento de recuperar credibilidade e permitir aos brasileiros olhar o futuro com tranquilidade.