A reabertura da Biblioteca Pública do Estado do Rio, fechada há cinco anos e quatro meses para obras, parece não ser uma prioridade do governo estadual. A data de reinauguração da instituição já foi adiada pelo menos três vezes — a última em setembro do ano passado. Nesse tempo, o orçamento do projeto de requalificação, inspirado em modelos de países como Colômbia, Alemanha, França e Estados Unidos, também já triplicou. Além disso, o prazo previsto para o término dos contratos com as duas empresas responsáveis pelas obras (31 de dezembro de 2013) já expirou.
Segundo levantamento do gabinete do deputado Luiz Paulo (PSDB), ainda não constam aditivos dos processos, no Sistema Integrado de Administração Financeira do estado, que garantam a continuidade das obras. Ainda segundo informações da equipe do parlamentar, já foram gastos mais de R$ 50 milhões com as obras. O dinheiro para a reforma é provido por um convênio entre governo estadual e federal. Porém, segundo o Ministério da Cultura, o valor total do acordo firmado para a modernização da biblioteca era de R$ 16, 5 milhões — R$ 13,2 milhões de repasses federais e R$ 3,3 estaduais.
Fechada desde outubro de 2008, a biblioteca também já teve prazo de reabertura prometido pela Secretaria Estadual de Cultura para dezembro de 2012. Segundo um funcionário de obras que trabalha no canteiro, as obras só devem terminar em setembro deste ano. Com isso, cerca de duzentos mil livros e documentários, 1.200 filmes, 200 computadores e uma coleção de obras raras sobre a história do Rio de Janeiro estão deixando de ser utilizados pela população.
Questionada sobre a demora das obras, em maio do ano passado, pela reportagem do DIA, a Empresa de Obras Públicas do Rio (Emop) disse que era de responsabilidade da Secretaria Estadual de Cultura esclarecer a questão. Acionado, o órgão afirmou que a biblioteca reabriria ao público no início do segundo semestre do ano passado. Procurada novamente na sexta-feira, a secretaria disse que precisaria de respostas da equipe técnica. Horas depois, retornou afirmando que seria responsabilidade da Secretaria Estadual de Obras responder às questões.
Fonte: Jornal O Dia (11/01/2014)