O deputado Luiz Paulo ao se pronunciar na tribuna da Alerj na tarde desta quarta-feira, salientou sua preocupação com a ineficiência da gestão do transporte público na Região Metropolitana do Estado do Rio e criticou severamente o secretário de transporte, Júlio Lopes que ao que lhe parece “dorme em berço esplêndido”
“As manchetes dos jornais se sucedem com a tragédia do transporte público em nossa Região Metropolitana. O Deputado Gilberto Palmares me mostrava a manchete do jornal Extra com mais um acidente da SuperVia, aquela concessionária responsável pelo transporte mais importante sob o ponto de vista estrutural da Região Metropolitana, os trens.
Acidentes com trens da SuperVia se sucedem dia sim, dia não; e nas barcas, um dia sim, outro também. É uma frequência avassaladora, e a agência reguladora não pune ninguém nem dá explicação pública.
(…) esta manchete do jornal Extra mostra claramente a responsabilidade direta e profunda do Secretário de Estado de Transportes e da agência reguladora sobre o porvir de outros acidentes que venham a ter, inclusive, vítimas fatais.
Estamos, roucos de tanto denunciarmos em plenário a calamidade pública do transporte do nosso Estado e a imobilidade que vivemos na Região Metropolitana, frutos dessa gestão caótica. Olha que não é falta de reverberação aqui na Assembleia.
A Deputada Aspásia Camargo, e eu faço parte, preside uma Comissão Especial de Governança Metropolitana e, dentro dessa Comissão, mostramos o caos da mobilidade urbana e a falta de planejamento e fiscalização do transporte público na Região Metropolitana.
Na Comissão de Transportes, já foram expedidos alguns ofícios críticos, quer seja sobre a qualidade do transporte, quer seja a demolição da Perimetral, quer seja em relação à falta de qualidade e as tarifas não condizentes com a prestação de serviços de praticamente todos os modos de transportes, incluindo os ônibus.
V. Exa., Deputado Gilberto Palmares, presidiu e eu fiz parte da Comissão das Barcas e até agora a qualidade desse serviço também pouco avançou.
Outro dia, manifestávamos o nosso descontentamento com o teleférico do Morro do Alemão, com tarifa de cinco reais, além de receberem 50 milhões de reais por ano para operarem o sistema, pagos pela Secretaria de Estado de Transporte, quando essa operadora, a SuperVia, deveria ter aditado no seu contrato de concessão a responsabilidade também da gestão do teleférico.”
Ele questiona ainda que tudo é feito sem que ninguém saiba, na surdina.
“sem transparência, inclusive a construção do que eles chamam de Linha 4 do Metrô, que, na verdade, é um linhão que sairá da Estação General Osório e passará pela Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, daí ao Leblon, passando pelo Jardim de Alá, Gávea e São Conrado, obra de oito bilhões de reais que, com um mero artifício pseudojurídico, está sendo feita sem licitação.
Então, é realmente alarmante. A Assembleia protesta, grita, esperneia, tenta fazer CPI sem conseguir, os jornais estampam manchetes e a qualidade do serviço público de transporte não se altera. E destaque se dá para a péssima qualidade da gestão dos trens, das barcas, do metrô, dos ônibus e até mesmo do teleférico. Sobra o quê? Pergunto eu. Sobraria o transporte alternativo que é duramente arrochado pelo Detro. Então a perspectiva de futuro com todos os PACs de mobilidade é a pior possível.
Poderemos, propor ao chefe do Executivo uma permuta. Botar o presidente do Detro para presidir a Agência Reguladora, e botar o presidente da Agência Reguladora para presidir o Detro. Talvez as coisas entrassem no eixo, porque nesse sistema os únicos que apanham, que são cassados, que são punidos são os transportadores quase individuais do transporte alternativo e do transporte de turismo. Porque os megaoperadores, que são representados pelo grande capital, esses continuam livres, leves e soltos.”