O vasto e complexo Brasil está refém da política de troca de favores. Para o deputado Luiz Paulo está claro que o Brasil, hoje, para avançar, precisa investir fortemente numa política que privilegie os municípios.
O cidadão não mora na União ou no Estado. Sua vida real fica em sua cidade. É ali sua moradia, emprego, escola, atendimento médico. Os serviços dos quais ele depende para viver.
Atualmente há uma completa inversão do que deve ser a administração pública moderna: descentralizada, eficiente, enxuta. A União, ao concentrar recursos, caminha na direção contrária do que o século XXI aponta: centraliza, encarece, burocratiza e facilita a corrupção e as negociações sem transparência. Os municípios ficam subordinados a um poder central e distante, precisando fazer concessões dos mais diferentes tipos para obter benesses que nada mais são do que seus direitos.
A União fica com a parte do leão dos recursos; o Estado com a segunda parte. Para os municípios, sobra muito pouco recurso e muita prestação de serviço, o que é uma contradição insuperável. O IPI, uma das principais receitas do Fundo de Participação dos Municípios, com a política de benefícios fiscais implantada pelo governo federal, vem sendo reduzido e a maioria das cidades de nosso vasto e complexo Brasil tem ficado refém da política de troca de favores com governos federal e estaduais. E a população, que paga a conta, tem sua vida piorada.
Falar hoje em municipalismo é apontar o rumo da democracia, do investimento em serviços públicos de qualidade, da transparência e da redução da corrupção. Ou seja, é investir num Brasil melhor.