Luiz Paulo afirma que reunião do PT deveria pautar na crise e não enaltecer mensaleiros
Foto: Bruno Santos / Terra

Luiz Paulo afirma que reunião do PT deveria pautar na crise e não enaltecer mensaleiros

Em seu discurso final na tribuna da Alerj, o deputado Luiz Paulo debateu sobre a reunião do Partido dos Trabalhadores, que aconteceu em São Paulo e foi marcada pela análise dos 10 anos de gestão presidencial e a comparação com a gestão do PSDB , e que contou com a presença dos mensaleiros.

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Luiz Paulo salientou que sob a ótica da macroeconomia, o país avançou muito em 18 anos, mas o momento histórico atual é de crise, com uma grande interrogação para o futuro.

“Foi feita uma prévia pelo Banco Central do PIB de 2012, que já foi intitulado de “PIBinho”, por conta do seu medíocre valor de crescimento, da ordem de 1.5%. A inflação continua a mostrar tendências cada vez maiores de crescimento, mostrando com nitidez que a política do consumo já não é mais a grande panacéia para o nosso país.

O discurso de futuro do Partido dos Trabalhadores deveria se pautar nessa crise que se avizinha na macroeconomia e na crise já instalada de infraestrutura e logística, nos portos, aeroportos, ferrovias e rodovias, e no sistema energético, até porque o pior legado que o Partido dos Trabalhadores deixa para a nossa Nação é o ético.”

 Luiz Paulo se mostrou impressionado em ver como os mensaleiros foram aclamados.

“E eu fiquei deveras chocado, ao verificar que, nesse grande encontro do PT, os mensaleiros foram aclamados, como se existissem a lei brasileira e a lei do Partido dos Trabalhadores. E, para lei do Partido dos Trabalhadores, só merecem ser punidos os seus adversários, porque os seus pares teriam que ficar imunes a essas leis, mesmo que a decisão tenha sido do Supremo Tribunal Federal, a mais alta Corte do país, que teve a imensa maioria dos seus Ministros nomeada no Governo Lula. Então, é um choque ético na Nação o que o PT, simultaneamente, vem proporcionando: rasgar o que podemos intitular de um mínimo de princípios éticos no nosso País. E o faz – seguidamente.

Quando alguns ousam discursar sobre essa matéria a retórica seguinte é dizer: “são homens de direita”, como se a lei tivesse lado, como se a lei distinguisse a ideologia capitalista da socialista. Esta lei é a lei que rege todos os brasileiros: a Constituição que o Presidente da República e os parlamentos juram. ”

Ele ainda salienta que independente do partido, aqueles que foram condenados, devem ser punidos.

“Fui muito claro dizendo que o País melhorou nos últimos – 18 anos -, que o governo do PT teve avanços, quer seja na área da macroeconomia, modelo que hoje se esgota, quer seja na área social, mas que nesse encontro ele deveria estar propondo à nação como resolver o problema da economia hoje só respaldada no consumo e num déficit de logística imenso por que passa este País. O grande desprazer, a grande falha do Governo petista é no campo ético, porque continua aplaudindo os seus mensaleiros e, quando se fala sobre isso, tenta se justificar com os erros dos outros. Um crime não justifica o outro! Por isso é uma contribuição negativa para a sociedade, porque não faz a autocrítica.

Eu, particularmente, quero que, independentemente do partido político, seja o PSDB, seja o PT, se for condenado, pague pelo crime. Se um membro do PSDB for condenado, não virei aqui para defendê-lo, sob hipótese alguma. E o que o Partido dos Trabalhadores tem feito continuadamente é dizer que neste país estamos num regime de exceção porque o Supremo condenou petistas por erros, por crimes cometidos no mensalão.”