Luiz Paulo critica caos na demolição da perimetral e péssimo serviço das Barcas

Luiz Paulo critica caos na demolição da perimetral e péssimo serviço das Barcas

O deputado Luiz Paulo fez severas críticas à demolição da Perimetral, que tem como consequência o nó no trânsito, inclusive de quem vai para Niterói e São Gonçalo. Se as pessoas dependerem também das Barcas vão perecer, pois o serviço prestado está cada vez pior.

Luiz Paulo critica caos na demolição da perimetral e péssimo serviço das Barcas 1

“O Sr. Prefeito Eduardo Paes, da Cidade do Rio de Janeiro, iniciou, em 18 de fevereiro, o procedimento de derrubada do elevado da Perimetral, da Av. Rodrigues Alves, ação que irá promover, durante muitos e muitos meses, os maiores congestionamentos da história da Região Metropolitana.

O Deputado Carlos Moutinho, quando sair desta Assembleia, poderá optar pela Av. Brasil ou a Linha Vermelha como trajeto, mas, de qualquer forma, terá que passar no gargalo da área portuária. Caso ele saia às 18 horas, durante a demolição do elevado, S.Exa. pode esquecer os compromissos que venha a ter em São João de Meriti porque jamais saberá a hora que chegará em casa. O Deputado Comte Bittencourt, que mora em Niterói, vai ficar em uma encruzilhada: se for de carro, terá que pegar a ponte Rio-Niterói e passar pelo gargalo da área portuária – enfrentará o mesmo problema do Deputado Moutinho: não sabe a que horas chegará em Niterói. Mas ele ainda tem uma opção: pode pegar as barcas. Aí, também não sabe o que vai acontecer no trajeto, porque ontem reunimos a Comissão das Barcas às 15 horas. E lá presente, o representante da CCR jurou que os novos catamarãs iriam servir à Ilha do Governador ou Paquetá. E ele colocou o catamarã para servir à linha que lhe é mais rentável, que é Charitas, o catamarã novo. E às 17 horas houve um princípio de quebra-quebra na estação Praça XV, porque conseguiram colocar para Paquetá, a mais velha, a mal conservada, a barca mais temerária que existe. E a população não aceitou entrar nela. Fora o tempo de trajeto. Então, o Deputado Comte Bittencourt vai fazer a famosa “escolha de Sofia”.

O Deputado Marcelo Freixo, que alterna estadias do outro da baía e do lado de cá da baía, viverá problema similar.

Mas a derrubada do elevado não vai apenas paralisar a Francisco Bicalho, a Francisco Eugênio, a Rodrigues Alves, a Ponte Rio-Niterói, a Avenida Brasil, vai também paralisar a Avenida Rio Branco, a Presidente Vargas e até mesmo o Aterro do Flamengo. Não estou fazendo aqui o diagnóstico do apocalipse. Longe de mim. Mas é só dar tempo ao tempo.

Mais grave do que isso é o grande crime de responsabilidade. Serão um bilhão e meio de reais jogados nos ralos do serviço público para trocar uma via elevada por um túnel de grande profundidade, sujeito a inundações nos momentos das grandes chuvas se o sistema de bomba não funcionar a contento como é hábito acontecer; um túnel que precisa de uma rampa de descida e depois de uma rampa de subida provocando mais retenção; um túnel que provoca a sensação de confinamento e diminui, faz com que os veículos se afastem das paredes laterais aumentando os níveis de congestionamento. Não é trocar nem seis por meia dúzia; é trocar uma solução que não é boa por outra pior.

Enquanto isso Deputado Paulo Ramos, V.Exa. que sempre vai para a área do Recreio dos Bandeirantes, passa na autoestrada Lagoa-Barra, que todo dia vira manchete dos jornais: é uma pedra que se solta, é um pedaço do concreto que cai, e é o próprio Elevado do Pepino, Elevado das Bandeiras, que a partir da zero hora de hoje, como divulgou a Cet-Rio, vai instalar radares de controle de velocidade de 60 km, por causa das possíveis obras de recuperação e também a proibição do tráfego de caminhões.

De um lado – e essa é a contradição – se joga fora um elevado imenso com vigas metálicas em aço corten, produzidas pela Companhia Siderúrgica Nacional, de excelente qualidade. Acho até que aquelas vigas já devem estar todas negociadas. E se joga isso tudo fora. Por outro lado, na autoestrada Lagoa-Barra, o elevado está em petição de miséria. Tanto é que agora precisa de uma vultosa recuperação. É um contrassenso. E pior do que isso, Sr. Presidente, é que a sociedade ainda não se mobilizou sobre isso. Ouvimos às vezes na internet alguém dizer assim: “Mas o elevado é muito feio, ele não é estético”. V.Exa. conhece a área portuária, se derrubar o elevado V.Exa. irá ver o mar, a Baía de Guanabara? Claro que não, estão lá todos os armazéns na frente, a não ser aqueles que forem adquirir imóveis acima do quarto ou quinto pavimento na própria área portuária. E aí verão a Baía de Guanabara com ou sem elevado, porque já estão em nível muito mais alto. Então, a argumentação é absurda, é uma argumentação que propicia um negócio da China, com todo respeito que merece a nossa China, mas estou falando da China, do Oriente, do Ocidente, de qualquer lugar, mas é um negócio inexplicável a demolição do elevado. Não é prioridade para essa cidade, nós não temos um bilhão e meio para jogar fora, isso não passa na cabeça de ninguém!

E para terminar, Sr. Presidente: Deputado Moutinho, o senhor sabe qual é prédio mais valorizado aqui no entorno da Assembleia Legislativa? Evidente que o senhor não sabe. É o prédio da Bolsa de Valores, está aqui ao lado, quando o senhor sair daqui pode olhar à esquerda, é o prédio mais valorizado, é o metro quadrado mais caro, não está a 15 metros de distância do elevado e a grande justificativa do “príncipe regente” da cidade, o Sr. Eduardo Paes, é que o elevado vai tirar preço dos novos prédios pela sua proximidade. E nós temos que suportar uma afirmação dessa.

Chegou aqui, Sr. Presidente, no plenário a Deputada Lucinha, que é da Zona Oeste da Cidade do Rio de Janeiro, de Campo Grande, Santa Cruz, da nossa Zona Oeste. Ela hoje, de Campo Grande para cá, seguramente, leva duas horas e meia, depois de derrubar o elevado ela vai ter que alugar um imóvel aqui no Centro e só ir para casa no final de semana porque tudo ficará paralisado.

Sr. Presidente, quem viver, verá.”