O deputado Luiz Pauloenviou uma representação ao Ministério Público Estadual para que seja anulada a audiência pública para tratar da privatização do Maracanã que, segundo Luiz Paulo, não aconteceu, e sim “houve uma balbúrdia sem precedentes”, e o poder absolutista (o governo do estado) cumpriu mera formalidade. (Leia a representação aqui >).
“O Governo do Estado a patrocinou com o intuito de cumprir preceito legal para discutir com todos que lá fossem o edital de licitação por concessão da privatização do Complexo do Maracanã.
Alguns parlamentares estiveram presentes: eu, a Deputada Clarissa Garotinho, o Deputado Paulo Ramos, a Deputada Janira, a Deputada Aspásia Camargo, o Vereador Messina, além de representantes da Aldeia Maracanã, que são os indígenas; técnicos do Ministério da Agricultura; pais, professores e alunos da Escola Friedenreich, no Complexo do Maracanã; de frequentadores do Complexo Célio de Barros e Julio Delamare; Deputado Nilton Salomão e tantos outros.
Não houve Audiência Pública, (…)houve uma balburdia sem precedente, onde um cidadão fez uma questão de ordem, pedindo o cancelamento da Audiência Pública, porque primeiro deveria ser debatido se deveria haver a concessão ou não à iniciativa privada.
A partir daí, ficou um barulho ensurdecedor de apitos, o Secretário fez uma exposição inaudível de cinco minutos e todos os parlamentares, sem exceção, que lá estavam, pediram o adiamento da Audiência Pública, porque havia, inclusive, o risco de terminar em tumulto e pancadaria.
Mas, o poder absolutista do Governo do Estado cumpriu formalmente. Tiveram que abrir guarda-chuva para proteger a mesa do plenário das bolinhas de papel, para ver em que clima a pseudoaudiência transcorreu.
Então, no dia de hoje, no máximo amanhã, coletivamente, entraremos com uma petição ao Ministério Público Estadual para que ele faça uma representação, no Tribunal de Justiça, pedindo a anulação da pseudoaudiência pública e, evidente, a marcação de outra.”
Luiz Paulo se revolta ao lembrar que o governo deseja retirar a escola municipal Friendereich do complexo do Maracanã e demolir o antigo Museu do Índio.
“Eu considero que é possível haver o complexo esportivo e a Escola Friendenreich continuar. Mas, caso não fosse possível – acredito que V. Exa. esteja falando do mesmo imóvel que eu –, na Rua Eurico Rabelo, mais ou menos em frente ao Maracanãzinho, havia um terreno particular, acho que tinha até um estacionamento, e por não pagar a dívida ativa de IPTU, hoje pertence ao Município do Rio de Janeiro. Se aquela é uma escola municipal, cabe naquele terreno. No entanto, antes de se demolir uma escola, tem de estar a outra pronta, concluída e funcionando na mesma região, porque se trata da mesma comunidade.
Quanto ao Célio de Barros, não adianta dizer que vai para a Quinta. Faz outro Célio de Barros para depois destruir o anterior. Para culminar, Deputado Chiquinho, Maracanã vem da palavra “maraca”, que em tupi-guarani quer dizer chocalho. Por quê? Porque o Rio Maracanã faz homenagem aos indígenas. Em contrapartida, vai se derrubar o Museu do Índio e fazer o que com ele? O Museu do Índio, que hoje chamam de Aldeia Maraca, estava lá antes de o Maracanã, em 1950, ser inaugurado, mas o Governo do Estado trata com desprezo a educação e a cultura. ”