O deputado Luiz Paulo abriu o expediente inicial, hoje, no Plenário, saudando o novo deputado Helcio Angelo que entrou no lugar do deputado Comte Bittencourt que assumiu uma secretaria em Niterói. E voltou ao assunto das catastrofes que vem acontecendo no Estado do Rio de Janeiro, sem uma intervenção precisa e estratégica do Governo do Estado, que apenas fala, sem de fato agir.
“Inicialmente, saúdo o novo parlamentar, o Deputado Hélcio Ângelo, eleito pela legenda do PSDB, na coligação com o PPS e o DEM, que deixou a sigla do partido e se filiou ao PSD. Feita a saudação de praxe, vamos às questões relevantes do nosso Estado do Rio de Janeiro.
Ontem, eu dizia aqui que nós estamos vivendo, no Estado do Rio de Janeiro, um momento como se fosse um circo de horrores. Este ano de 2012 começou com catástrofes reincidentes na Região Serrana, onde o Governo do Estado não conseguiu erigir uma edificação, uma casa, para aqueles desabrigados da tragédia de janeiro de 2011. Eles não conseguiram construir uma casa sequer, Deputado Gilberto Palmares, e tinham se comprometido em fazer 7800 moradias para os desabrigados. Então, vamos vivendo o verão; as chuvas sempre na Região Serrana são mais fortes; a área está totalmente debilitada e suscetível a novas tragédias. Mas as chuvas também afetaram fortemente o Estado de Minas Gerais, os rios Carangola, Pomba e Muriaé, trazendo graves prejuízos ao Noroeste Fluminense; fazendo com que Laje do Muriaé, por exemplo, ficasse dias e dias debaixo d’água e, como esses rios demandam ao Paraíba do Sul, posteriormente uma grande enchente ocorreu na bacia campista. Abrimos o ano assim, Deputado José Luiz Nanci. Quando se imaginava um alívio, ocorre a tragédia da Avenida 13 de Maio, onde três prédios desabaram; um castelo de cartas: o prédio de vinte arrastou o dez, que arrastou o de quatro. Então, em apenas 30 dias, esse foi o sintoma.
Ontem estava eu, já tarde da noite, vendo o jornal na TV, exatamente atendo às hipóteses que se levantam para a tragédia da Avenida 13 de Maio, e verifiquei outra tragédia maior, desta vez no Egito, onde em uma partida de futebol, no intervalo do primeiro para o segundo tempo, a torcida majoritária chacinou a minoritária, com mais de 70 mortos. Eu me pergunto: que mundo é esse onde o futebol faz com que as pessoas se chacinem; que o mesmo deixe de ser um esporte competitivo e fraterno para ser algo extremamente bélico?
Aí entra em análise, voltando aqui ao Estado do Rio de Janeiro, essa grande outra tragédia, que é o sistema de transporte público. Vamos começar aqui com as barcas, Deputado Gilberto Palmares. Um decreto expedido pelo Governador no dia de ontem felizmente botou a tarifa para ser reajustada em 1º de março, porque se fosse em 1º de fevereiro seguramente teríamos pancadarias e graves problemas no acesso às barcas. As pessoas teriam que pagar R$4,50, porque ninguém está cadastrado ainda. Vejam os senhores! Aí vem aqui um Secretário e fala que este é um governo que se pauta pelo planejamento estratégico de gestão. Iam soltar uma tarifa de R$4,50 com ninguém cadastrado, nem tendo cartão para pagar os R$3,10.
Concluindo, Sr. Presidente, só para afirmar, Deputado José Luiz Nanci, que se não fosse a intervenção do Deputado Gilberto Palmares, possivelmente ontem, tanto no Terminal Praça XV, quanto no Terminal Niterói, o popular Araribóia, poderíamos ter tido outra tragédia, quebra-quebra, etc. Então, é necessário haver mais planejamento. Mas planejamento não é discurso; é realmente examinar todas as hipóteses possíveis, para tomar as medidas preventivas.
Não quero me exceder no tempo, porque essa análise dos outros modos de transporte será feita na próxima semana, já que amanhã não teremos direito a discurso.”