O deputado estadual Luiz Paulo, presidente da Comissão de Tributação da Alerj, enviou no dia 22/01, ofícios à Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) e à Secretaria de Estado de Ambiente e Sustentabilidade (Seas) solicitando informações sobre as alterações na qualidade da água do Sistema Guandu, que atende a nove milhões de cidadãos residentes da cidade do Rio e dos municípios da Baixada Fluminense. Os documentos também foram assinados pelo presidente da Alerj, deputado André Ceciliano, são destinados ao presidente da Cedae, Helio Cabral Moreira, e o secretário Altineu Cortes. Os oficios também foram enviados para Ministério Publico Estadual e Tribunal de Contas do Estado.
“Queremos averiguar a hipótese de responsabilidade do Governo do Estado e da Cedae por omissão, ou pela ausência de investimentos necessários, mesmo havendo recursos disponíveis da Companhia e do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano (Fecam) para o tratamento da qualidade da água produzida pelo sistema Guandu” , declarou o deputado estadual Luiz Paulo que presidiu à CPI da Crise Hídrica, realizada em 2015.
Desde o início de janeiro moradores do Rio notaram alterações na coloração e na qualidade da água. Apesar da Cedae ter liberado o consumo, afirmando que as alterações ocorreram devido a presença de substâncias produzidas por algas, especialistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) já alertaram a população sobre os riscos das mudanças na água. Em nota técnica emitida pela instituição, professores de diferentes departamentos da universidade alertaram que a geosmina, composto orgânico produzido por algas que foi encontrado na água após análises técnicas, não é tóxica. Porém, ela pode indicar problemas na qualidade da água bruta usada para o abastecimento.
Os documentos questionam, entre outros pontos, os motivos pelos quais a Cedae e a secretaria não implantaram o projeto de construção de um dique associado a estruturas hidráulicas de desvio para proteger a captação de água existente no Guandu. Este projeto existe desde 2009. Também foi questionada a demora da direção da Cedae e da Seas em esclarecer a população sobre os motivos na alteração da água. O documento enviado à Cedae conta com 17 pontos e para a secretaria foram elaboradas dez perguntas.
A CPI da Crise Hídrica, realizada em 2015, constatou que o Governo do Estado e os municípios que integram a Bacia do Rio Guandu estavam sendo ineficientes no combate ao desmatamento das margens do Rio. O relatório demonstrava que na época já existia “falta de infraestrutura adequada de coleta, tratamento e destinação final dos esgotos sanitários, de resíduos sólidos e de dejetos de Parlamento Fluminense também oficiou Ministério Público Estadual e Tribunal de Contas