por Luiz Paulo
O governador do Estado do Rio de Janeiro, no meu entendimento, não está tendo sensibilidade política e a sensibilidade de gestor para conduzir os interesses maiores do Estado do Rio de Janeiro neste ano de 2019 e no ano de 2020, que se anuncia.
Qualquer um de nós tem consciência de que, se não renovarmos o Regime de Recuperação Fiscal, que se extingue em setembro de 2020, com uma renegociação das suas bases, sendo uma delas a postergação do pagamento do serviço da dívida para depois de 2023, essas galerias podem ficar superlotadas, mas o Estado quebrará.
Em 2020, temos que pagar seis bilhões de reais de serviço da dívida à União. E, se não pagarmos, a União para os repasses federais e, mais grave ainda, é que promoverá o arresto nas Contas do Estado. E aí acabou-se o planejamento do fluxo de caixa e a desordem voltará a imperar em nosso Estado.
A meta do governador deveria ser, nos anos de 2019 e 2020, cuidar, única e exclusivamente, da renovação do Regime de Recuperação Fiscal em novas bases. Daí a necessidade imperiosa de uma relação democrática, altiva e independente com a União, porque quem assina a renovação do Regime e, principalmente, as novas bases, em função da renegociação, é o presidente da república.
Quando o governador, por sonhos utópicos, por devaneios, lança-se, com antecedência de três anos e meio, candidato à presidência da república, colide frontalmente com outras candidaturas.
O governador recebeu, por meio dos votos, a confiança do eleitorado fluminense – e não foi com o meu voto, registre-se -, mas colheu essa maioria, que respeito, para cuidar do Estado do Rio de Janeiro. Ninguém votou no Sr. Wilson Witzel por ele ter apresentado uma proposta de ser candidato à presidência da república. Elegeu-se governador exatamente para cuidar principalmente das contas públicas, que estão de mal a pior. A renovação de Regime de Recuperação Fiscal é a questão fundamental e, agora, escolheu, como seu adversário, o próprio presidente.
Como não votei nem em Jair Bolsonaro ou Wilson Witzel, não tenho lado. Mas tenho a preocupação com a gestão pública e com o destino das políticas públicas que servem a 17 milhões de fluminenses. Este é o tema mais relevante, o que mais interessa à população. O resto é vaidade e megalomania. Essa não deveria ser a postura de homens públicos.