O Super Porto do Açu, que está sendo construído no município de São João da Barra, Norte fluminense, e deverá começar a funcionar em meados de 2013, irá movimentar 350 milhões de toneladas de cargas por ano, volume que o colocará como o terceiro maior porto do mundo e o maior da América Latina. A afirmação foi feita pelo presidente da LLX, empresa do grupo EBX voltada para a infraestrutura e logística portuárias, Otávio Lazcano, durante reunião, nesta terça-feira (01/11), da Comissão Especial da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que acompanha o empreendimento.
Segundo Lazcano, o porto será o principal meio de desafogamento das importações e exportações no País. “Os portos brasileiros hoje estão travados, sufocados pelas cidades. No Açu, vamos atrair toda a produção do Sudeste e Centro-Oeste do Brasil”, declarou o executivo. O empreendimento vai movimentar três vezes e meia o volume de cargas do Porto de Santos, o maior do País, que movimenta cerca de 100 milhões de toneladas por ano.
Além de ter ligação com a malha ferroviária, o novo porto está localizado em uma região estratégica para o futuro do País, como informou Lazcano. “Em um raio de 150 quilômetros do empreendimento, estão localizados 85% da produção de petróleo do Brasil. Com o estaleiro que a OGX está construindo e a fábrica de tubos flexíveis, entre outras atividades que vão se instalar lá, teremos uma grande infraestrutura para a exploração do pré-sal e, capacidade para a exportação de 1,2 milhões de barris de petróleo por dia”, destacou.
“Hoje, as plataformas e navios que atuam na Bacia de Campos precisam ser trazidos até a Baía da Guanabara para serem reparados. Com o Super Porto do Açu, isso será feito de maneira muito mais eficiente e econômica”, informou. “Já estão sendo instalados no complexo industrial uma siderúrgica, uma usina termoelétrica, o maior estaleiro do Brasil e uma indústria de tubos flexíveis, e estamos negociando com outras 50 empresas que têm interesse de se instalar por lá”, acrescentou o presidente da LLX. De acordo com o Otávio Lazcano, a previsão é que o porto comece suas operações em 2013, quando serão embarcadas as primeiras cargas de minério de ferro.
Quando a reunião foi aberta para perguntas, o deputado Luiz Paulo fez questionamentos pontuais em relação à logística, que segundo ele sequer foi mencionada na explanação o mineroduto e se a sinergia entre todos os portos do estado foram levados em conta, na hora de analisar a extensão, a dinâmica e características. Além disso não viu nada relacionado a abastecimento de agua e saneamento, tendo em vista que pelo menos 50000 pessoas irão residir, sem levar em conta suas famílias. Outro ponto que não foi explicado foi como se dará o trafego de carros e pessoas, pois a região também está bastante estrangulada.
“A exposição foi muito resumida,sequer foi falado do mineroduto(…) o complexo é pólo gerador de tráfego, não pelas cargas, mas pelos passageiros.”
A Comissão Especial da Alerj volta a se reunir no dia 11 de novembro, quando o diretor de sustentabilidade da EBX, Paulo Monteiro, que esteve presente na reunião desta terça, irá falar sobre os projetos socioambientais na região, tentando minimizar a impressão de que não foi feito um estudo aprofundado das questões. Além disso, o colegiado pretende realizar uma visita técnica ao empreendimento no dia 18 de novembro.